Caso Flordelis: Justiça muda data do julgamento de ex-deputada

Júri popular contra a ex-deputada e outros quatro réus seria no dia 9 de maio, mas foi transferido para o dia 6 de julho

Felipe de Moura*

A Justiça do Rio mudou, para o dia 6 de julho, o julgamento de Flordelis Fernando Frazão/Agência Brasil
A Justiça do Rio mudou, para o dia 6 de julho, o julgamento de Flordelis
Fernando Frazão/Agência Brasil

A Justiça do Rio mudou, para o dia 6 de julho, o julgamento da ex-deputada federal Flordelis e de outros quatro réus. O júri popular estava marcado para o dia 9 de maio. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (27), pela juíza Nearis Carvalho Arce, da Terceira Vara Criminal de Niterói.

A magistrada argumentou não ter tempo hábil para a juntada ao processo de todos os laudos requeridos pelas defesas. Também nesta quarta, Flordelis passou por avaliação psicológica e psiquiátrica depois da Justiça acatar o pedido da defesa dela.

Também passaram por avaliação a filha de Flordelis, Marzy Teixeira da Silva, e a neta dela, Rayane dos Santos Oliveira. Dois profissionais foram responsáveis pelos laudos.

STJ MANTEVE PRISÃO DE FLORDELIS

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu manter a prisão preventiva da pastora nesta terça-feira (26) depois de julgar o pedido de habeas corpus da defesa da ex-deputada.

Segundo o STJ, a decisão foi baseada no descumprimento de medidas cautelares anteriores. De acordo com o órgão, há indícios de que Flordelis teria intimidado testemunhas do processo, além da possibilidade de fuga da mesma.

QUATRO RÉUS FORAM À JÚRI POPULAR NO DIA 12

Quatro dos nove réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo foram a júri popular no dia 12 de abril. Dois filhos da ex-deputada federal, um policial militar preso e a esposa do agente foram julgados no dia.

Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo da pastora, foi condenado por envolvimento no crime. O filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, o ex-PM Marcos Siqueira Costa e a esposa, Andrea Santos Maia, foram julgados e condenados por crimes ligados à morte do pastor, entre eles a fraude de uma carta na qual outro filho de Flordelis, Lucas, confessou ter matado Anderson. Depois, ele confirmou que a carta era mentirosa.

Dois filhos da ex-deputada foram condenados no ano passado. Flávio dos Santos Rodrigues, foi condenado por ter atirado em Anderson, e Lucas Cézar dos Santos Souza, por ter comprado a arma do crime. Flávio foi condenado a 33 anos anos de prisão e Lucas a sete anos e meio.

“A defesa vai apresentar um conjunto de questões. Há duas coisas que nós achamos fundamentais: primeiro, que se baseia que ela é culpada no depoimento de filhos. No entanto, existem vários filhos e a grande maioria deles dizem que ela não é culpada. Outra coisa diz respeito ao perfil do próprio pastor, revelar as atitudes dele dentro da casa em que eles moravam”, comentou Janira Rocha advogada de defesa da Flordelis, que acompanhou a sessão do dia 12.

Adriano dos Santos Rodrigues, foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por falsidade ideológica. Carlos Ubiraci da Silva foi inocentado da acusação de homicídio triplamente qualificado, mas condenado por associação criminosa com pena de dois anos e dois meses no semiaberto.

O ex-PM Marcos Siqueira Costa foi condenado a cinco anos e 20 dias de prisão, por associação criminosa e uso de documento falso, assim como sua esposa, Andrea Santos Mais, ela pegou quatro anos e três meses, mais multa.

O advogado de defesa da família da vítima, o pastor Anderson Carmo, também estava acompanhando o julgamento.

“Por mais que fosse verdade a acusação que estão querendo fazer em desfavor da vítima, não justifica ninguém a tirar a vida da outra. Não justificaria a Flordelis mandar matar o Anderson. O código penal veda fazer justiça com as próprias mãos. Para isso, existe a polícia. A defesa insiste em querer desmerecer a pessoa do Anderson”, afirmou Ângelo Máximo, advogado de defesa da família do Anderson.

RELEMBRE O CASO

O pastor Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 tiros em junho de 2019 na casa da família, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Logo depois do crime, Flordelis disse que tinha sido vítima de uma tentativa de assalto, o que nunca se confirmou.

A ex-deputada federal foi presa pela Polícia Civil do Rio em agosto de 2021, 48 horas depois de ter o mandato cassado pela Câmara dos Deputados, em Brasília. Mesmo presa, ela negou as acusações e pediu orações.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco