As investigações sobre a explosão de caixas eletrônicos em três municípios do Rio nos últimos meses, levou a polícia a uma quadrilha interestadual. Mas de acordo com a Polícia Civil, o bando estaria recebendo apoio de criminosos do Rio.

Os investigadores analisaram o produto usado pelo bando nos ataques a bancos em São Gonçalo, Niterói e na Baixada Fluminense e detectaram que o grupo usou nitrato de amônio para detonar os caixas eletrônicos das agências bancárias da Baixada Fluminense.

“O nitrato de amônio é muito utilizado para fertilizantes. Mas o problema dele é que em altas temperaturas ele é muito explosivo. Então se você acondicionar ele em condições ambiente, 20°C, não tem problema. O problema é se tiver ali uma faísca, um gatilho energético. Aí ele vai desencadear uma explosão que é muito característico do nitrato de amônio, principalmente por conta da coloração da fumaça. É muito clássica uma explosão por nitrato de amônio” explica o químico Stéfano Novais.

O composto químico é o mesmo que provocou a explosão em agosto de 2020 em Beirut, capital do Líbano. Pelo material também ser usado na agricultura como fertilizante e de fácil aquisição facilitando a produção de uma bomba caseira.

RELEMBRE OS CASOS
 

Na última segunda-feira, cerca de 15 homens explodiram duas agências bancárias no Centro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, durante a madrugada. As agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, localizadas na Rua Gessyr Gonçalves Fontes, ficaram destruídas. Os criminosos fugiram depois de uma troca de tiros com polícia.

Em julho deste ano, bandidos explodiram uma agência da Caixa Econômica Federal, no bairro do Paraíso, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Também houve confronto com os policiais.

No mês anterior, criminosos atacaram a agência do Santander na Ilha da Conceição, em Niterói. Na ocasião, os bandidos fugiram de barco e levando R$ 400 mil.

*Sob supervisão de Beatriz Duncan