Do 7 a 1 de 2014 para cá, o discurso de que os europeus jogam um futebol muito acima do sul-americano (incluindo o Brasil), principalmente taticamente, foi intensificado em praticamente todas as mesas de debate de futebol e nas conversas informais do cotidiano.
É normal tentar achar uma razão simples depois de uma tragédia como foi a semifinal de 2014. Porém, será que não foi só uma boa seleção, que encaixou naquela Copa, contra uma seleção ruim e que taticamente estava muito abaixo das outras? É de se pensar. Tanto é, que, depois do título mundial da Alemanha de 2014, ela foi eliminada na fase de grupos em 2018 e 2022 para times de menores expressão.
Agora, a Alemanha não tem mais uma linda escola de futebol? Vários ótimos jogadores jovens? É muito fácil achar culpados e difícil apontar que um conjunto de fatores pode ter acontecido. Fato é que, a Copa do Catar, mostra, de uma vez por todas, que eles (europeus) não são tudo isso. Não é de se temer.
Ou alguém esperava que Bélgica e Alemanha seriam eliminadas já na primeira fase? Indo para as oitavas a Seleção Japonesa e Marrocos? Que a Dinamarca seria uma das grandes decepções da Copa?
Ao final dessa Copa, alguém vai colocar em questão o que fizeram as seleções africanas? Senegal, Marrocos, Gana e Tunísia. As duas primeiras já se classificaram, a terceira está próxima do feito e a última venceu a atual campeã do Mundo, ficando em terceiro no grupo.
Será que estão se perguntando na mesa redonda da Alemanha e da Bélgica o que eles têm que aprender para conseguir ganhar das equipes africanas? Eu faço questão de repetir: Marrocos terminou líder em um grupo com Croácia e Bélgica. Japão desbancou Espanha e Alemanha. Não, os europeus não são tudo isso.
*Sob supervisão de João Lidington