Duas câmeras de segurança instaladas por criminosos para espionar a movimentação de tropas de batalhões especiais da Polícia Militar foram retiradas por agentes na manhã desta quarta-feira (22). A locomoção das equipes ainda era acompanhada por “espiãs” que seguiam as viaturas pela cidade.
Os equipamentos monitoravam as equipes e estavam instaladas em um imóvel próximo ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), em Laranjeiras, na Zona Sul, e em outro prédio próximo ao Batalhão de Polícia de Choque na Cidade Nova, na Zona Central do Rio de Janeiro. Os locais eram alugados por duas mulheres acusadas de espionar as equipes dos batalhões.
A câmera que monitorava o Batalhão do BOPE foi retirada antes da chegada dos policias, mas o equipamento que acompanhava a entrado do Batalhão do Choque ainda estava ativa. A ação dos agentes foi flagrada pela equipe da TV Band.
A investigação teve início depois da prisão de duas mulheres acusadas de seguir equipes e passar as informações em tempo real para facções criminosas, na última terça-feira (21). As suspeitas teriam seguido os agentes do BOPE, que estavam seguindo em direção a uma operação em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.
Os agentes suspeitaram que o veículo estava sendo perseguido e pararam no Batalhão da Coordenadoria de Operações Especiais (COE), em Ramos, na Zona Norte. As mulheres foram abordadas e seis celulares foram apreendidos, comprovando a indicação de cada passo das equipes para inúmeras organizações criminosas. Um homem também foi detido enquanto ia em direção ao apartamento alugado pelas mulheres, próximo ao quartel do BOPE.
De acordo com a Polícia Militar, a corporação já suspeitava que as equipes estavam sendo acompanhadas por criminosos.
“Nós já lidávamos com essa possibilidade de que nossas tropas de operações especiais estavam sendo monitoradas dados os resultados de algumas operações que nós iniciamos. Já esperávamos que as quadrilhas pudessem estar se comunicando”, afirmou Ivan Blaz, coronel e porta-voz da Polícia Militar.
Uma testemunha que trabalha próximo ao Batalhão de Polícia de Choque reconheceu as mulheres como donas de um depósito de gelo, um negócio de fachada na região. Moradores do local afirmam que desconfiavam do comércio porque ele não tinha movimento e nunca estava aberto.
“Ficava sempre fechado, não via movimentação aí não. A câmera a gente estranhou porque não é uma câmera normal. A instalação todo mundo viu porque foi de dia. Movimentação não tinha não”, comentou Maria Edinete, atendente de um comércio no local.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco