
Começou nesta quinta-feira (10), o julgamento do engenheiro Paulo José Arronenzi, acusado de matar a facadas a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, na frente das três filhas do casal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O caso aconteceu na véspera do natal de 2020.
A primeira a depor no tribunal do júri foi a mãe da vítima, que contou que a filha vivia um relacionamento abusivo e se emocionou ao lembrar do que aconteceu no dia do crime.
“Eu nunca vi na minha vida, o Paulo falar alguma frase para a Viviane que fizesse uma mãe se sentir bem. Aconteceu o que aconteceu. Ela vivia em clima de terror A Paola (filha do casal) me disse que a mãe pensou que a mãe tinha ido dar um abraço pelo pai mas depois ela foi atacada”, disse a mãe de Viviane, Sara Vieira do Amaral.
Em um outro momento, Sara falou ao júri como soube da morte da própria filha.
“A Paola me ligou do telefoninho dela e disse: ‘Vovó, Vovó, o papai furou a mamãe toda’. E eu não estava entendendo como essa palavra ‘furou’ tinha entrado na minha orelha. E ela repetiu: ‘o papai furou a mamãe toda e ela tá caída no chão. Tem muito sangue, você não tá entendendo.’”
Ao todo, 10 testemunhas foram convocadas para depor, sendo cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa. Paulo Arronenzi é acusado por homicídio quintuplamente qualificado e pode ser condenado a até 45 anos de prisão.
“Esse é um crime drástico, é uma covardia contra a mulher. A expectativa é que ele seja condenado a 45 anos de prisão, que é o que ele merece pelos atos que ele cometeu”, falou a promotora Carmen Carvalho.
ENTENDA O CASO
A juíza Viviane Vieira do Amaral tinha ido deixar as filhas, de 6 a 9 anos, para passar o Natal com o pai, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que a surpreendeu quando ela descia do carro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
A vítima levou facadas no corpo e no rosto, na frente das meninas. Arronenzi foi preso em flagrante e três facas foram encontradas com ele. A magistrada morreu no local. Meses antes, Viviane acusou o ex-marido de ameaças e agressão, e ganhou direito à escolta policial, mas decidiu abrir mão da medida protetiva.
Viviane e Paulo José foram casados por 11 anos e o engenheiro, que passava por dificuldades financeiras, não aceitava o fim do relacionamento.
*Sob supervisão de Beatriz Duncan