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Equatoriano que responde a 19 processos por erro médico volta a operar

Em 2016, uma paciente morreu após fazer um procedimento com ele. Outra mulher afirma que o médico manteve ela em cárcere privado no hospital.

Ana Clara Prevedello*

Equatoriano que responde a 19 processos por erro médico volta a operar
Reprodução

O médico Bolívar Guerrero, que responde a 19 processos por erro em procedimento estéticos, está com o registro ativo no Conselho Regional de Medicina.

Ele chegou a ser preso no final de fevereiro, mas voltou a atender no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, em uma clínica particular onde operava antes da prisão. Algumas vítimas que vieram a público denunciar o médico tiveram sequelas graves.

Daiana Cavalcanti, de 35 anos, passou por uma abdominoplastia na unidade de saúde do médico, em março do ano passado. Ela teve complicações, e afirma que foi impedida de deixar o hospital e mantida em cárcere privado, como forma de evitar uma possível denúncia.

Outra paciente, Cíntia Marques, de 39 anos, morreu após uma lipoescultura feita pelo médico. A causa da morte foi registrada como embolia pulmonar, mas a família acusa Bolívar de negligência.

Já Fernanda Almeida, de 24 anos, não sabe quem fez sua cirurgia para a colocação de silicone nos seios em 2021. Para ela, uma técnica de enfermagem investigada por atuar irregularmente como médica na clínica de Bolívar foi a responsável pela operação.

A vítima conta que chegou a acordar no meio da cirurgia, com os pulsos amarrados e com o rosto coberto. Ela foi informada de que a cirurgia seria feita pela equipe de Bolívar, mas acredita que o médico não tenha operado. Por causa do procedimento mal feito, a jovem ficou com os seios tortos.

“Quando eu saí do centro cirúrgico, meus seios já saíram deformados, com a cicatriz da minha auréola toda torta”, conta Fernanda.

O registro médico de Bolívar está ativo no sistema do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, mesmo sendo alvo de uma sindicância na instituição para investigar as denúncias. O procedimento está em andamento.

Todos os citados na reportagem negam as acusações.

*Sob supervisão de Danillo Carneiro