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Exposição "Crônicas Cariocas" abre no Museu da Arte do Rio, na Zona Portuária

Mostra revela o Rio de Janeiro de quem vive os subúrbios

Natashi Franco

Fotografia da exposição "Crônicas Cariocas"
Fotografia da exposição "Crônicas Cariocas"
São Jorge e o Devir – Thales Leite

O Rio do subúrbio, das cadeiras na porta de casa num fim de tarde de verão, dos ônibus lotados, do bate papo com o vizinho, das festas de bairro, das calças ocupadas. Um Rio que não está no livros, mas é visto e vivido por quem pulsa a cidade. Foi com essa proposta que Museu de Arte do Rio (MAR), na Zona Portuária, inaugurou hoje a exposição "Crônicas Cariocas". A mostra traz quase 600 obras de arte, desde vídeos, instalações, fotografias e pinturas, que vão ocupar três galerias do museu, sendo a principal exposição do ano.

"A gente faz uma escuta de que histórias que a gente gostaria de contar. Então, essa história do subúrbio, essa história de um orgulho negro, de um orgulho LGBTQIA+, a questão das Trans, isso tudo está efervescente agora", explica Amanda Bonan, uma das curadoras da exposição.

Cada pedaço de parede revela momentos do Rio passando pelo orgulho negro até as noites eróticas. Desse total, 79 peças já faziam parte do acervo MAR, mas grande parte foi criada especificamente para a mostra numa tentativa de incentivar a produção artística e fortalecer o papel social do museu. Entre os cerca de 110 artistas que participam da montagem, destacam-se Sônia Gomes, Lucia Laguna, Rosana Paulino, Brígida Baltar, Denilson Baniwa, Alexandre Vogler, Bispo do Rosário, Laerte e Bastardo. Nomes contemporâneos, a exemplo de Guignard, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Mestre Didi, também compõem a coletiva.  

Além de Bonan, assinam a curadoria o curador-chefe do museu, Marcelo Campos, o historiador Luiz Antônio Simas e a escritora Conceição Evaristo. Logo na entrada, o público será surpreendido por um burburinho que remete aos bairros do subúrbio carioca e ao bate papo entre as janelas das casas, ou nas calçadas. Um jeito carioca de ser que só resiste ainda no subúrbio.

"Machado de Assis diz que a crônica começou numa conversa entre vizinhas e a gente está vivendo nesse momento de pandemia, onde as conversas se transformaram na tela do zoom, nas telas do computador", complementa Amanda Bonan.  

A exposição fica aberta até julho do ano que vem, sempre de quinta a domingo, das 11h às 18h. O ingresso custa 20 reais e deve ser comprado na bilheteria do museu.

SERVIÇO

"Crônicas Cariocas"

Até Julho/2022

Museu de Arte do Rio

Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro-RJ

Ingresso: R$ 20,00 - dinheiro ou cartão