Band Rio

Exposição reabre Espaço Cultural Arte Sesc, no Flamengo

Casarão estava fechado para reformas estruturais

Beatriz Duncan

A mansão foi construída em 1912 e é tombada Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
A mansão foi construída em 1912 e é tombada Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
Divulgação

A exposição “Notícias do Brasil: Carybé, Cícero Dias e Glauco Rodrigues” reabre, no Rio, o Espaço Cultural Arte Sesc, localizado na Mansão Figner, no Flamengo, na Zona Sul do Rio. O espaço do Sesc RJ estava fechado para reforma e restauração.

"A reabertura da unidade Arte Sesc significa proporcionar ao público o acesso a um patrimônio histórico da cidade e também mais uma opção de lazer e cultura para as pessoas que circulam diariamente pela região", afirma o presidente do Sistema Fecomércio RJ (Sesc RJ e Senac RJ), Antonio Florencio de Queiroz Junior.

O projeto é composto por 48 gravuras assinadas pelos artistas Marcelo Campos e Pollyana Quintella.

“Carybé, Cícero Dias e Glauco Rodrigues noticiaram um Brasil por entre as frestas das janelas, nas praças públicas, nas festas de largo. E, assim, escancararam singularidades étnico-raciais, tanto em personagens quanto nos fatos culturais que vão das tradições afro-religiosas, do catolicismo popular à prostituição. Esses artistas perceberam que o país do futuro já se desenhava pelos avessos da história. Seus heróis advêm do povo. Seus afetos se revelam através das janelas, nos interiores das casas. Suas praças são repletas de comércios informais, vendedoras de acarajé, na compra e venda do pescado”, reflete Marcelo Campos.

CASARÃO DAS ARTES

Além da exposição, o público também pode conferir, na área externa do casarão, um mural com cerca de 30 metros de autoria do jovem artista carioca Miguel Afa. Na obra, ele retrata o cotidiano de criação de seu filho por um pai negro.

“A relação entre pais e filhos, no Brasil, não se dá de modo tão regular e horizontal. Somos um país onde a paternidade desconhecida alcança altos índices. Miguel Afa, ao contrário das estatísticas, retrata um pai que acolhe, coloca o filho nas costas, o ensina a tocar violão, a ler e escrever”, observa o curador. 

HISTÓRIA

A mansão foi construída em 1912 e é tombada Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). O local foi moradia do empresário tcheco Frederico Figner (1866-1947), pioneiro da indústria fonográfica no Brasil. Ele foi o fundador da Casa Edison, que revendia equipamentos de som e luz como fonógrafos e kinetoscópios, além de ser criador da primeira gravadora musical do Brasil, a Odeon.