Família acusa hospital particular de negligência em morte de recém-nascido

Bebê morreu por hipertensão pulmonar, após família esperar mais de 3 horas por atendimento

Felipe de Moura (sob supervisão de Natashi Franco)

Mãe lamenta perda do filho após negligência de hospital particular Reprodução/Band Tv
Mãe lamenta perda do filho após negligência de hospital particular
Reprodução/Band Tv

Com quase 3 quilos e 500 gramas, Gustavo nasceu de uma cesariana sem intercorrências no Hospital da Mulher Intermédica em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Segundo a família, a criança foi para o quarto com a mãe, Gabriela de Araujo Almeida, de 26 anos, e começou a chorar e a demonstrar um incômodo.

Após esperar por mais de três horas, um integrante da equipe médica do hospital apareceu quando o bebê já se encontrava com aparência roxa e precisando de equipamentos médicos que não tinham no hospital. Como não havia ambulância disponível, o pai, Carlos Leonardo Marques, e uma enfermeira, tiveram que levar a criança a pé para a unidade neonatal mais próxima, que pertence ao mesmo grupo que administra a maternidade.

“O Gustavo chegou lá (no Neonatal) em estado gravíssimo, ficou sob cuidados por dois dias, mas infelizmente não resistiu. A situação se tornou muito grave por causa da negligência que a gente passou no hospital. Eu me sinto indignada em várias esferas. É um hospital particular, eu me esforcei, paguei todas as prestações e não tive nenhuma assistência que eu esperava”, comentou Gabriela.

De acordo com o hospital, o bebê morreu por hipertensão pulmonar. Além de toda a negligência alegada pela família por parte do Hospital da Mulher, os pais c  ontem que não tiveram acesso ao prontuário da criança. Com isso, os pais de Gustavo só conseguiram registrar o caso na delegacia nesta sexta-feira (14), com a ajuda de uma advogada.

Procurado, o Grupo NotreDame Intermédica disse que o pré-natal não demonstrou que o parto seria de alto risco e que a criança teve hipertensão pulmonar extremamente elevada, sendo levada para a UTI, onde recebeu o suporte clínico, com os profissionais e equipamentos necessários, mas morreu após três paradas cardiorespiratórias. O grupo disse ainda que o hospital prestou todo o suporte necessário aos familiares.