Funcionários do Hospital Federal dos Servidores, no Centro do Rio, e familiares de uma faxineira denunciam mau atendimento à mulher durante um AVC enquanto ela trabalhava na unidade.
Maria de Lourdes, de 59 anos, teve enjoo, tontura e muita dor de cabeça no plantão de sábado (19). Os médicos não pediram exames e deram apenas um analgésico para a vítima, que foi orientada a repousar. Enquanto isso o quadro se agravava. E a família foi informada que ela não poderia ser internada.
“Porque minha mãe não tinha prontuário não podiam fazer nada e a minha mãe não podia ficar de maneira nenhuma (no hospital). Eu fiquei em choque, né, porque minha mãe tava desnorteada. Meu medo era que a minha mãe morresse ali mesmo e não desse tempo de levar para outro hospital” lembra Rafael Lemos, filho de Maria de Lourdes.
A família também se queixa que o hospital não autorizou o uso de uma ambulância, e foi preciso colocar a Maria de Lourdes, naquele estado, sem conseguir andar, dentro de um carro, para leva-la até outra unidade. Só então foi feita a tomografia que diagnosticou um AVC.
Maria de Lourdes passou por cirurgia e teve alta na quarta-feira(23). Mas ficou com sequelas motoras e na fala. A família pretende processar o hospital por negligência. A administração da unidade diz que não tem pronto-socorro aberto e só atende pacientes encaminhados pela secretaria de saúde. Diz também que a faxineira não tinha sinais de AVC e que foi liberada porque apresentava melhora no quadro. Mas não é o que dizem funcionários do hospital.
“Ela tava muito pior do que quando ela começou a procurar o atendimento. Parece piada, você tá dentro de um hospital geral, com os sintomas que ela tava apresentando, do início ao fim. Eu vejo um hospital fugindo da sua responsabilidade”, afirma um servidor que prefere não se identificar.