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Fiocruz ajudará OMS a desenvolver nova vacina contra Covid-19

As vacinas que usam nova tecnologia têm maior grau de imunização

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

A fundação competiu com mais 30 instituições científicas
A fundação competiu com mais 30 instituições científicas
Reprodução/ Fiocruz

O Instituto de tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, Bio Manguinhos, foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde para ser o centro de produções de vacinas contra a Covid-19 através da técnica que usa o RNAm. A escolha veio depois que a fundação anunciou já estar usando esse método para produzir uma vacina própria.

A tecnologia completamente brasileira é motivo de orgulho para cientistas e infectologistas que atuam na área. O desenvolvimento de uma vacina baseada no método RNA auto replicante já está em estágio pré-clínico.

“É um orgulho para a pesquisa científica nacional, a Fiocruz não atingiu esse patamar à toa. A tarefa é importante dentro do contexto mundial. É uma notícia que nos orgulha como médicos e como brasileiros”, comentou a infectologia Tânia Vergara.

A ideia agora é avançar para que o país detenha dois métodos diferentes na produção de vacina – a que já é feita através da AstraZeneca e a nova tecnologia com ácidos ribonucleicos. A técnica permite produzir imunizantes mais rapidamente e com um custo menor. O uso do RNAm também agiliza na adaptação das vacinas para novas variantes.

O método já é utilizado em imunizantes com maior grau de proteção, como é o caso das vacinas da Pfizer e da Moderna. Através do processo de tradução, o material genético de RNAm produz dois tipos de proteínas, a Spike e a N, auxiliando na resposta imunológica do organismo.

“As vacinas de RNA foram capazes de provocar uma resposta imune mais robusta e sustentada, tanto que está sendo usada como dose de reforço. Se todo esse estudo der certo, vão ser 3 vacinas diferentes produzidas no nosso país”, comentou Vergara.

Na América Latina, além do Brasil, uma instituição da Argentina também foi selecionada. Na África do Sul o processo já começou a ser feito em parceria com a OMS. Os países da América do Sul e o Caribe estão atrás na corrida de vacinação em comparação com outras nações mais desenvolvidas.

“Nós vimos que durante a pandemia, as empresas conseguiram, em ritmo acelerado, fazer os estudos clínicos em um ano. Agora nós vamos decidir com a OMS quais são os próximos passos do estudo. Se tudo der certo, no final do ano que vem nós já podemos ter esse imunizante pronto”, comentou Maurício Zuma, diretor do Bio Manguinhos.