Um francês suspeito de aplicar um golpe em conterrâneos com a promessa de uma vila budista exclusiva é investigado pela Polícia Civil do Rio. De acordo com as investigações, Pascal Treffainguy teria embolsado pelo menos R$ 1 milhão de franceses.
Em vídeos, o homem prometia a abertura de um projeto ecológico em um terreno no bairro de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Desde que chegou no Brasil, Pascal criou um canal no Youtube onde compartilhava mensagens de tarô e também vídeos em contato com a natureza, como em praias em Ilha Grande, na Costa Verde do Rio.
“Nós estamos no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e mais precisamente nós estamos na Ilha Grande, ao Sul do Rio. Aqui é um dos lugares mais paradisíacos do Brasil”, disse Pascal dentro de uma lancha.
Para a polícia, a rotina de descanso e luxo que ele passava nos vídeos servia como um pano de fundo para as vendas fraudulentas que ele aplicava nos franceses que sonhavam em morar no Brasil. Em um dos vídeos, Pascal critica a França e elogia o Brasil.
“A França é um país obsoleto. E aqui é exatamente o contrário, é um país jovem, com pessoas qualificadas e há mais oportunidades no Brasil do que na França Se você for da área de informática, da área da saúde, restauração, aqui tem boas opções”, comentou o golpista.
Segundo a Polícia, Pascal atraía os clientes com ofertas de residências em um condomínio/vila comparado a um paraíso budista. Na oferta de Pascal, o lugar era cercado pela natureza, onde só franceses iriam morar.
Cada cidadão francês poderia participar como investidor para construção de uma aldeia, onde todos viveriam em harmonia e baseado no sistema de sinarquia (uma espécie de sociedade perfeita governada por eles mesmos). Os interessados poderiam adquirir um dos modelos de casa container, que variava de 60 a 90 metros quadrados, feitas com material sustentável.
Só depois que as vítimas assinavam o contrato e faziam o pagamento estipulado, elas tomavam conhecimento que se tratava de um golpe, não tendo nem começado as construções. Segundo as investigações, Pascal tentava intimidar as vítimas, postando vídeos nas redes sociais, acusando as mesmas de crimes como tráfico de drogas e pedofilia.
As investigações ainda apontam que ele chegou a vender supostos terrenos por 50 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 250 mil. O homem também é investigado por estelionato, importunação sexual, lesão corporal gravíssima, crime ambiental, furto de energia elétrica, ameaça, difamação, injúria preconceituosa e vias de fato.
Neste caso, o francês foi indiciado por lesão corporal gravíssima, importunação sexual e estelionato. As investigações estão a cargo da 42ª DP.
*Sob supervisão de Natashi Franco