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Furtos de cabos dos trens da Supervia triplica em 2022

Passageiros do sistema ferroviário continuam reclamando de atrasos e superlotação e não acreditam na melhoria do serviço.

Pedro Cardoni*

Em 2022, 919 casos de furtos foram registrados pela Supervia
Em 2022, 919 casos de furtos foram registrados pela Supervia
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O registros de furtos de cabos nos trens da Supervia aumentou em três vezes este ano, quando comparado com o primeiro semestre de 2021. Em 2022, 919 casos foram registrados, enquanto em 2021 foram 364 ocorrências no mesmo período do ano. Os dados são de um balanço feito pela Supervia, concessionária responsável pela administração dos trens que ligam a Zona Oeste do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense ao centro da cidade.

A quantidade de cabos furtados impressiona. Ao todo, 57 mil metros de cabos já foram roubados do sistema ferroviário em 2022. Além disso, sete casos de tiroteios nas imediações dos trens também são citados pela empresa como empecilhos para a circulação das composições. Em um dos casos, um trem foi incendiado depois que tiros atingiram a rede aérea da estação Costa Barros, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocorrência aconteceu na última segunda-feira (27).

PROBLEMAS NOS TRENS

Mesmo com as operações do Governo do Estado, muitos passageiros continuam sem observar mudanças no serviço oferecido. Atrasos e superlotação nos trens estão entre as principais reclamações dos passageiros.

“Só piorou. Os intervalos continuam grandes e (os trens) estão andando mais cheios. Não melhorou em nada e nem tão cedo vai melhorar”, contou Antônio Cláudio dos Santos de Oliveira, passageiro diário dos trens da Supervia.

Entre os passageiros, o sentimento predominante é a revolta com o serviço oferecido pela concessionária.

“Se a gente quiser vir pra Central, eu não vou vir 6h porque eu não entro no trem. É muito cheio. Para ir embora é até 15h. Passou das 16h, você não entra nesse trem, você fica do lado de fora”, relatou Angelina Silva, passageira dos trens.

A segurança e o preço da passagem também preocupam os passageiros dos trens.

“Eu pego [o trem] para trabalhar todo dia. A passagem está muito cara, pessoal vai em pé. Esses dias o cara foi assaltado no trem e foi morto. Não tem segurança, não tem nada”, comentou Daniel Moura, revoltado com os serviços do transporte público.

SUPERVIA COLECIONA MULTAS

A concessionária já fui multada pelo Governo do Estado em quase R$ 12 milhões por irregularidades nos serviços. O valor faz parte das infrações encontradas pelo Procon e pela Agetransp.

O Procon Estadual aplicou multas que totalizam R$ 9.361.520,00 e dez infrações registradas que ainda estão em processo e podem resultar em novas penalidades.

Pela Agetransp, a Supervia deve o valor de R$ 2.271.981,12 por cinco penalidades aplicadas à empresa. Nos quatro primeiros meses do ano, foram registradas pela agência reguladora 362 ocorrências no serviço de trens.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco