O vereador Gabriel Monteiro foi alvo de uma operação da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (7). Ele é investigado em um inquérito que apura o vazamento de um vídeo íntimo com uma adolescente de 15 anos. O vereador compareceu na delegacia para prestar novos depoimentos nesta quinta-feira (7).
Ao todo, 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra 7 alvos, incluindo o próprio vereador e funcionários acusados por Gabriel de terem divulgado o vídeo. Além disso, pessoas denunciadas pelo vereador por integrar uma máfia no serviço de reboques também foram alvos na operação.
"Nós buscamos computadores, mídias de armazenamento, celulares. Todos os celulares foram apreendidos, de todas as pessoas envolvidas. Não foi realizada apenas a busca na casa do vereador Gabriel Monteiro, mas em todas as partes envolvidas: os ex assessores e o empresário também", afirmou Luiz Maurício Armond Campos, delegado responsável pelo caso.
A polícia apreendeu equipamentos eletrônicos e fez buscas na casa do vereador, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e no gabinete na Câmara Municipal do Rio. Gabriel afirma que nada ilegal foi encontrado na casa e que todas as armas apreendidas têm registro.
"Todas os armamentos apreendidos são legais. É tudo dentro da lei. Não existe nada irregular. Nenhum deles fere o Estatuto do Armamento", comentou Gabriel Monteiro, investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.
Em nota, a Câmara afirmou que garantiu acesso total aos agentes e que a Comissão de Justiça e Redação vai se reunir na próxima sexta-feira (8) para discutir a abertura de um processo sobre a quebra de decoro do vereador a partir da representação apresentada pelo Conselho de Ética na última terça-feira (5).
Gabriel afirma de que o ato do vídeo foi consensual e que ele não tinha conhecimento que a adolescente era menor de idade. Porém, as investigações do Ministério Público e da Polícia Civil indicam que o vereador tinha conhecimento de que a jovem era menor.
Segundo as testemunhas do caso, outras menores de idade frequentavam a casa de Gabriel, que costumava falar frases como "mulher quanto mais nova, melhor". O vereador também tinha costume de filmar práticas sexuais, além de fazer festas de cunho sexual e uso compartilhado de drogas na casa.
"Teve vezes que já cheguei lá na casa dele e encontrei ele virado de festas, com meninas saindo de lá chorando, aparentando ter sido estuprada pelo Gabriel", contou uma testemunha do caso.
As autoridades também se preocupam com uma possível "queima de arquivo" feita por Gabriel no início do mês sob orientação do advogado. Relatos das testemunhas contam que o vereador excluiu gravações que comprovavam atividades criminosas.