Um morador de rua foi preso, nesta terça-feira (26), por utilizar uma cadela para roubar pessoas na Zona Sul do Rio de Janeiro. O animal era treinado para obedecer às ordens do criminoso e morder as vítimas.
Allan Kardec Arêas Santos, 42 anos, costumava dormir nas calçadas no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, e andar acompanhado de uma cadela da raça Pastor Alemão, conhecida como Macarena. A cadela era usada como um instrumento para colocar medo em transeuntes e impedir que eles reagissem ao assalto.
Uma das vítimas do criminoso foi uma inspetora de polícia que teve o cachorro roubado por Allan. De acordo com ela, o homem levou o animal, que era adestrado e estava sem guia, afirmando que ele estava abandonado. Quando a mulher tentou recuperar o cachorro, Allan ordenou que Macarena atacasse a policial.
"Estava na praia com o meu cão, adestrado, de repente esse homem passou, colocou a guia dele no meu cachorro e saiu o arrastando, eu fui atrás, pedi para que ele me devolvesse e ele disse não iria entregar, pois o cachorro estava abandonado e pertencia a ele. Tentei pegar o Scoob e quando vi o animal dele já estava mordendo minha perna. Em seguida, descobrimos que a mesma cadela já havia atacado mais cinco pessoas. Ele usava a cadela como arma, ela é vítima dele", relatou Clarissa Huguet, inspetora de polícia e vítima de Allan.
Clarissa conseguiu recuperar o cachorro com a ajuda de amigos, mas precisou ser levada para o hospital com ferimentos na perna. Um mês depois do incidente, a mulher ainda tem cicatrizes do ataque do cachorro.
De acordo com os investigadores, a cadela é dócil e só agia com agressividade seguindo as ordens do criminoso. Com a prisão de Allan, Macarena agora está sob responsabilidade da Subsecretaria Estadual de Proteção e Bem-Estar Animal e foi levada para um lar temporário.
"No dia da prisão, levamos a cadela para uma clínica veterinária, realizamos os exames e em seguida a deixamos em um lar temporário, onde está nesse momento em um lugar seguro. A nossa preocupação e atuação é em relação ao bem-estar do animal", afirmou Leonardo Pinto, subsecretario Estadual de Agricultura, responsável também pelas políticas públicas de proteção e bem-estar animal.
Allan já tinha 15 passagens pela polícia pelos crimes de roubo, lesão corporal, posse de drogas, desacato, violência doméstica e maus-tratos a animais. O criminoso pode pegar até cinco anos de prisão.
"Ele tem passagens na polícia desde 1997, e acabou sendo preso por cometer roubo improprio, que é se utilizar do instrumento, ou seja, a cadela, para conseguir roubar os objetos", contou Daniela Terra, delegada responsável pelo caso.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco