Idosa morre após ser arremessada de ônibus em alta velocidade

Bernadete Augusto dos Santos, de 82 anos, era cadeirante e voltava de um almoço com a filha, que também caiu do coletivo e sofreu um traumatismo craniano.

Ana Clara Prevedello*

Idosa morre após ser arremessada de ônibus em alta velocidade
Ela retornava de uma comemoração de Dia das Mães na Feira de São Cristóvão.
Reprodução

Uma perícia da Polícia Civil deve determinar as causas do acidente que terminou com a morte de uma idosa de 82 anos, que caiu de um ônibus em movimento, no domingo (14). A corporação espera esclarecer se o cinto de segurança estava preso na cadeira de rodas da vítima e o motivo de a porta do coletivo ter sido aberta durante uma curva.

Bernadete Augusto dos Santos e sua filha, Solange, voltavam de uma comemoração de Dia das Mães quando foram arremessadas para fora do ônibus da Linha 209, que faz o trajeto Caju x Candelária, perto do Cemitério do Caju. A idosa não resistiu, e morreu ontem no hospital. Ela deixa oito filhos.

Solange sofreu um traumatismo craniano, mas já recebeu alta e se recupera em casa. As duas retornavam de um almoço na Feira de São Cristóvão. O coletivo teria feito uma curva, e as duas caíram para fora do veículo quando a porta se abriu.

Segundo o filho de Bernadete, Ademir Pedro dos Santos, a idosa não foi bem atendida no Hospital Souza Aguiar.

“Ela estava largada na maca, de qualquer forma, como se fosse um bicho. Nem um bicho é para ser tratado desse jeito. Passaram só um remédio, e ela ficou no soro, falando para mim que ia morrer”, conta.

A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a paciente recebeu todos os cuidados necessários. Já a pasta responsável pelos Transportes diz que vai pedir esclarecimentos para a empresa Brasolisboa e que irá intensificar a fiscalização na linha. O Rio Ônibus, sindicato das empresas de coletivos, afirma estar em contato com a família e diz que aguarda o resultado da perícia técnica.

O filho da idosa acusa o motorista do ônibus de ir embora do local do acidente assim que o socorro chegou.

“Ela estava solta, o cinto não estava funcionando e, na curva, com o ônibus em alta velocidade, a porta se abriu, e minha mãe e minha irmã caíram para fora do ônibus, foram arremessadas para longe. O Samu estava passando, não era do Rio de Janeiro, era de Niterói, e parou, prestou os primeiros socorros para a minha mãe. (...) Quando chegou a ambulância, o motorista do ônibus foi embora”, disse.

Ele lamenta a morte da mãe:

"Ela era felizona, forró o dia todo, a noite toda. Vai deixar uma saudade imensa, vou sentir muita falta da minha mãe. Ela é especial para mim, nunca vou esquecer ela”.

*Sob supervisão de Christiano Pinho