Sete pessoas acusadas de integrar a maior quadrilha de receptação e clonagem de veículos roubados do Rio de Janeiro foram presas na manhã desta quinta-feira (20). A Polícia Civil do Rio faz uma operação para cumprir 17 mandados de prisão e 70 de busca e apreensão. Segundo as investigações, uma ex-funcionária terceirizada do Detran fazia parte do esquema e ajudava o grupo a revender os carros clonados.
De acordo com a Polícia, a organização criminosa, que também atuava em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, comprava carros roubados de traficantes por mil reais e também roubava veículos de locadores. Em seguida, os criminosos adulteravam a numeração do chassi, do motor e dos vidros e conseguiam, através da então funcionária do Detran, Hortência de Barros, os documentos frios, para a revenda. Mensagens interceptadas pela polícia mostram uma conversa entre dois atravessadores esclarecendo que a funcionária era quem implementava a fraude.
"Quem faz a mágica lá é ela. Então, não tem nem o que ver. É… Se ela… Passa pra ela. Se ela falar pra ela: "Eu faço"; eles arrumam um dinheirinho, vão buscar… placa… vão buscar… Tá tudo certo. Eles passam pra ela na hora… E também é o seguinte, assim: só passar aquele numerozinho lá… aquele numerozinho de cima lá… só pra saber se… não é os… Que eles tinham que fazer alguma coisa, né? E fizeram. Que senão nego ia levar a frota deles toda", finaliza a conversa.
A investigação teve início em 2017, quando Sílvio Ricardo Martins Aguiar, um dos líderes da quadrilha, foi preso em flagrante por receptação. Ele foi localizado com um Kia/Cadenza clonado. Na ocasião, os agentes perceberam que os sinais identificadores do carro haviam sido adulterados e, só o número do motor, ainda era o original, o que confirmou que o veículo era o mesmo de um roubo ocorrido em Alcântra, em São Gonçalo.
Segundo as investigações, os criminosos faturavam R$ 2 milhões de reais por ano, cerca de R$ 200 mil por mês.
*Sob supervisão de Natashi Franco