Uma operação policial contra a milícia em Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste do Rio, deixou um jovem de 22 anos morto. Guilherme Morais era entregador de lanches, e estava trabalhando quando foi baleado, nesta quinta-feira (22).

Familiares que preferiram não se identificar contaram que ele estava tentando se proteger dos disparos quando foi atingido.

“Ele parou na praça Daniela Perez, por causa dos tiros. Escutou os tiros e parou para se proteger, e quando ele parou para encostar a moto, a polícia estava vindo e atirou nele”.

A família também questiona o fato de o jovem ter chegado no hospital com um tiro no peito, já que ele teria sido baleado somente na perna.

“A moto dele está toda estraçalhada. Ele estava em cima da moto, e atiraram nele na perna. Trouxeram ele, não deixaram ninguém vir. Quando chegaram aqui, a mãe dele veio, falaram que ele estava vivo, que estava bem. E dez minutos depois falaram que ele tinha morrido, e quando foram ver, ele estava com um tiro no peito, à queima-roupa”, explica um familiar que também preferiu não se identificar.

A Polícia Civil investiga o caso. Outro morador da região foi atingido de raspão no pé durante a ação, mas passa bem.

A operação policial mirava nos principais chefes da milícia que atuam na Zona Oeste do Rio. Os grupos estariam fortemente armados e prestes a iniciar uma guerra com quadrilhas rivais.

Segundo a Polícia Civil, no momento em que os agentes se aproximaram do local, os criminosos começaram a atirar com fuzis. Entre os alvos da ação policial estaria Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, apontado como um dos milicianos mais procurados do Rio.

Os moradores da região de Três Pontes tentaram se proteger dentro das próprias residências durante o tiroteio. Os criminosos ainda obrigaram passageiros e o motorista de um ônibus a descerem do veículo, para incendiá-lo.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.