O corpo de Lucas Oliveira Martins da Conceição, de 22 anos, vai ser enterrado às 14h desta sexta-feira (26), no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. O jovem foi morto na última quarta-feira (24), durante uma ação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio.
Segundo os moradores, Lucas era entregador e não tinha envolvimento com o crime. A Polícia Militar afirmou que agentes faziam patrulhamento na região, na quarta-feira (24), quando encontraram um grupo armado e houve confronto.
Ainda de acordo com a corporação, dois suspeitos foram encontrados baleados e encaminhados ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, também na Zona Norte.
Uma testemunha da morte do jovem afirmou que não havia tiroteio no momento em que o jovem foi baleado. E que os policiais atiraram contra um grupo. Lucas Oliveira Martins da Conceição foi atingido por um tiro nas costas.
"A polícia desceu os quatro cantos do morro e cercaram a esquina que tinha mais de 30 moradores e crianças. Inclusive, atiraram em um carro de morador. Eu vi pessoas desesperadas, uma mãe vendo o filho baleado nas costas. Eu fiquei vendo de longe e refém dessa confusão. Eu tenho 29 anos e nunca vi uma coisa dessa", comentou ele, que não quis se identificar.
Ele ainda contou que na quarta (24) vários moradores aguardavam em um bar o início do jogo do Flamengo quando os PMs chegaram pelos acessos do conjunto de favelas atirando. A testemunha disse que os militares estavam sem farda e que o cenário parecia de guerra.
Procurada, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre a denúncia.
MORADORES REALIZARAM PROTESTO
Nesta quinta (25), os moradores do Complexo do Chapadão realizaram um protesto contra a morte de Lucas. Os manifestantes reforçaram que o jovem era entregador e não tinha envolvimento com o crime.
Durante o ato, um grupo ateou fogo em lixo e outros objetos na Estradas do Camboatá e do Rio do Pau. Algumas vias chegaram a ser interditadas, em determinados momentos, com carros voltando na contramão.
*Sob supervisão de Natashi Franco