Mangueira celebra 95 anos e lança enredo para o desfile de 2024

A divulgação para o próximo Carnaval acontece hoje (28), na quadra da escola de samba.

Ana Clara Prevedello*

Mangueira celebra 95 anos e lança enredo para o desfile de 2024
O dia começou em festa na quadra da escola de samba, que comemora hoje (28) seus 95 anos.
Fernando Frazão/Agência Brasil

A Estação Primeira da Mangueira completa hoje (28) 95 anos de história. O dia começou em festa na quadra, com direito à bolo e comemoração da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã. Para celebrar, a Verde e Rosa lança o enredo para o desfile de 2024 nesta sexta-feira (28), a partir das 20h.

Alcione é a homenageada da escola de samba para o próximo Carnaval, e se apresenta hoje (28), durante a divulgação do enredo para o ano que vem. A artista é fundadora da Mangueira do Amanhã, escola mirim que representa a paixão mangueirense do público infantil.

“A gente está aqui com as nossas crianças, que já cuidam do nosso futuro. Hoje, temos uma Mangueira composta por rainha de bateria, mestre de bateria, mestre-sala, e tudo é oriundo da Mangueira do Amanhã. A gente está cuidando para que daqui a 10, 15 anos, a gente tenha uma Mangueira com esses novos sambistas também”, celebra rainha de bateria da escola, Evelyn Santos.

Durante a comemoração, foram hasteadas bandeiras do Brasil e da Estação Primeira, ao som do Hino Nacional e do Hino da Mangueira. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira falou sobre o aniversário quase centenário da escola.

“É um amor inexplicável. A Mangueira tem um tamanho que não cabe explicação, eu digo isso para todo mundo. Ela vem de gerações há 95 anos, nossa mãe está ficando velhinha. É eterna, como eu digo, a Mangueira está em cada coração brasileiro, a Mangueira é o Brasil”, comemora Matheus Oliverio, mestre-sala da Mangueira.
“É de suma importância não só para a comunidade, mas para a cultura, né? Do Rio de Janeiro, do Brasil. É a maior escola de samba do planeta, posso dizer que é uma honra estar aqui com os mangueirantes. É lindo demais”, diz Cintya Santos, porta-bandeira da Mangueira.

A porta-bandeira da escola, Cintya Santos, é uma inspiração para as crianças, como Lorrana Souza, a segunda porta-bandeira do Mangueira do Amanhã. A menina tem 11 anos e quer desfilar na Sapucaí assim como Cintya.

“Meu sonho é ser primeira porta-bandeira do Mangueira do Amanhã. A gente vai evoluindo aos pouquinhos, tem que estudar e treinar. Minha referência é a Cintya. Eu adoro Carnaval, sou porta-bandeira desde os meus seis anos”, conta.

A HISTÓRIA DE UMA DAS ESCOLAS DE SAMBA MAIS TRADICIONAIS DO RIO

A escola de samba nasceu no Morro da Mangueira, região próxima ao Maracanã, em 1928.

Entre os fundadores está o sambista Cartola, responsável pela escolha das cores verde e rosa, uma lembrança dos carnavais de sua infância na agremiação Rancho do Arrepiado, de Laranjeiras. O nome Estação Primeira vem da estação Mangueira, primeira parada do trem que saía da estação de Dom Pedro para o Subúrbio, onde havia samba.

Atrás apenas da Portela, a Mangueira é a segunda maior vencedora do Carnaval do Rio de Janeiro, com 20 conquistas. A mais recente, em 2019, homenageou grandes nomes, como o de Marielle Franco, vereadora negra assassinada há cinco anos.

Com o enredo “História para ninar gente grande”, a Estação Primeira retratou grandes heróis da cultura brasileira, que defenderam revoltas e rebeliões populares lideradas pelo povo pobre, indígena e escravo do país.

*Sob supervisão de Danillo Carneiro