Menos de 40% das crianças tomaram vacina contra a poliomielite no Rio

A cobertura vacinal vem diminuindo desde 2018.

Felipe de Moura*

A campanha vai até amanhã (30). Marcos Lopes
A campanha vai até amanhã (30).
Marcos Lopes

Apenas 38,8% das crianças de 1 a 4 anos tomaram a vacina contra a poliomielite no estado do Rio. Essa porcentagem representa apenas 122 mil doses aplicadas nas crianças dessa faixa etária. A campanha, que começou no dia 8 de agosto, vai até a próxima sexta-feira (30).

A meta da Secretaria Municipal de Saúde do Rio é que 300 mil crianças sejam vacinadas, o que corresponde a 95% de cobertura para a faixa etária.

O percentual de cobertura vacinal vem despencando desde 2018 quando, o percentual foi de 98%. No ano seguinte, em 2019, diminuiu para 78%. Em 2020, 74%, e 71% em 2021.

“É uma lástima que a cobertura vacinal esteja tão baixa e que as pessoas não tenham aderido à campanha, mas ainda há tempo. Os responsáveis pelas crianças certamente não estão informados, ou avaliando, que não vacinar o seu filho pode representar o risco de morte dele ou o risco de ficar retido numa cadeira de rodas”, disse Tânia Vergara, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Mais de 230 clínicas da família e centros municipais de saúde estão aplicando a vacina, das 8h às 17h.

O último caso de paralisia infantil registrado no Brasil foi há mais de 30 anos. A doença contagiosa é causada pelo Poliovírus, podendo causar paralisias musculares, principalmente nos membros inferiores, em casos mais graves.

A continuidade da vacinação em massa é fundamental para que a doença não volte a circular no país e no estado do Rio.

“A cobertura vacinal baixa favorece e propicia a entrada de doenças como sarampo e a poliomielite, que eram erradicadas no nosso país. Por causa dessa baixa cobertura, essas doenças estão retornando. São doenças graves, muitas vezes letais. São doenças que a gente tinha uma cobertura vacinal excelente, acima de 90%, e que despencou, e, por ter despencado, coloca toda a população nesse risco. Vacinar é um ato de amor, é necessário que as pessoas não podem colocar as crianças nesse risco. Levem seus filhos para vacinar”, pede Tânia Vergara.

*Sob supervisão de Natashi Franco