Band Rio

Nova operação contra o Faraó dos Bitcoins mira em crimes no exterior

Ligação com comparsa de Pablo Escobar aponta expansão do golpe nos Estados Unidos

Pedro Cardoni*

Mais de 10 carros de luxo foram apreendidos
Mais de 10 carros de luxo foram apreendidos
Divulgação/Polícia Civil

Cinco mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão são cumpridos contra a organização criminosa chefiada por Gladson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, nesta quinta-feira (11). As investigações apuram a ação da organização criminosa no exterior.

Mais de 10 carros de luxo, que superam valores de R$ 6 milhões, foram apreendidos e encaminhados pelos agentes para a Receita Federal. A quadrilha é investigada por desviar bilhões de reais em moedas digitais do Brasil para os Estados Unidos, Portugal e outros países.

Nos Estados Unidos, o crime foi estruturado por um Rodrigo Rodrigues Gomes, conhecido como Piloto, que também é apontado como cúmplice do narcotraficante Pablo Escobar. Ele era responsável por sair do Brasil com um passaporte falso e abrir uma firma no território internacional.

Os documentos falsos eram utilizados para comprovar os depósitos nas contas da empresa, principalmente utilizando “invoices”, notas fiscais internacionais, sem lastro. Os valores eram transferidos para a conta de Gladson em depósitos em “stablecoins”, ou criptoativos lastreados no dólar americano.  

Além disso, Piloto também era responsável por viabilizar a estadia dos líderes da organização nos Estados Unidos e chegou a comprar uma aeronave com capacidade para 19 pessoas no nome da filha.

As ações acontecem na Capital Fluminense e em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Os policiais fazem buscas por Daniel Aleixo Guimarães, conhecido como Danyboy, Mirelis Zerpa, esposa do Faraó dos Bitcoins, Brynne Ghisoni Gomes e Piloto. Gladson teve mais um mandado de prisão cumprido na prisão.

Os investigados vão responder por emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de dinheiro e podem pegar até 22 anos de prisão.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco