Novo júri do caso Patrícia Amieiro é marcado para julho de 2025

Dois policiais serão julgados por tentativa de homicídio e outros dois por fraude processual.

Gustavo Sleman

Novo júri do caso Patrícia Amieiro é marcado para julho de 2025
A engenheira desapareceu em junho de 2008.
Reprodução | Redes Sociais

A Justiça do Rio marca para julho de 2025 o novo júri popular do caso da engenheira Patrícia Amieiro, que desapareceu em junho de 2008. Segundo a denúncia do Ministério Público, o carro dela teria sido confundido com o de traficantes e atingido por tiros de policiais. O corpo nunca foi encontrado.

A decisão é da juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis. No texto, a magistrada citou recurso apresentado pela defesa dos réus ao Supremo Tribunal Federal e negou a suspensão do processo.

O irmão de Patrícia, Adriano Amieiro, criticou o tempo que a família vai ter que esperar até uma possível resolução do caso. Ele lembrou que desde que o crime aconteceu e o caso começou a ser julgado, o pai dele, Antônio Celso Franco Amieiro, morreu.

“Meu pai já faleceu sem ver a justiça. É muito tempo pra nossa família aguardar. São dois anos de angústia, de sofrimento. Então a gente pede encarecidamente pra juíza reavaliar essa data pra marcar a data do júri popular o mais breve possível”.

Em junho do ano passado, por unanimidade, a Justiça já havia decidido que marcaria um novo julgamento. Na época, a decisão do colegiado levou em consideração os laudos pericias anexados ao processo, que contradizem a primeira sentença, de 2019.  

Na ocasião, os PMs envolvidos foram julgados apenas por fraude processual. Dois policiais militares foram condenados a três anos de prisão e 60 dias multa, valor determinado pelos magistrados, que é recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional. Outros dois PMs foram absolvidos.  

Agora, Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luis do Nascimento terão novo julgamento por tentativa de homicídio. Já os réus Fábio da Silveira Santana e Marcio de Oliveira Santos serão submetidos a novo julgamento popular pelo crime de fraude processual.  

Advogado dos réus, Luiz Felipe Alves e Silva criticou a nova decisão, que marcou a data de um novo júri.

“A magistrada não poderia de forma alguma designar eventual novo júri para a data próxima. Primeiro pelo fato de ter prioridade em processos envolvendo réus presos. E no nosso caso os réus estão soltos desde o início do processo. Em segundo plano pelo fato de no presente caso o júri já ter ocorrido no ano de 2019, onde eles foram absolvidos. Sendo o caso de novo júri somente por força de decisão do Tribunal de Justiça. E por fim, não menos importante, pelo fato de haver recurso extraordinário apresentado pela defesa”.

Em 2020, o processo ganhou um novo e importante capítulo, com um taxista que procurou a reportagem da BandNews FM que presenciou o crime e deu detalhes do que aconteceu na noite do dia 14 de junho de 2008, em longo depoimento prestado ao Ministério Público.