Uma operação contra a milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio, começou nesta quinta (5), tendo como alvo o monopólio de “gatos de luz” praticado pela organização criminosa. Deflagrada pela Polícia Civil e dentro do Programa Cidade Integrada, – projeto do governo do Rio que tem como principal objetivo a retomada de territórios em comunidades dominadas pelo tráfico e pela milícia – a investigação revelou que o esquema rendia cerca de R$ 750 mil por mês.
Segundo as investigações, a organização furtava energia elétrica da comunidade e distribuía para os moradores da região, que eram coagidos a pagar uma taxa de R$ 150 por mês para usar a energia furtada.
“Com certeza vai ser um baque financeiro muito grande a extinção dessas ligações clandestinas de energia elétrica. As investigações prosseguem, a DDSD vai fazer ações no local no dia de hoje para desligar as ligações clandestinas e com o resultado das buscas, outras pessoas vão ser alcançadas”, disse Andre Leiras, delegado da Draco.
79 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados e da 16ª DP (Barra da Tijuca), em endereços ligados ao miliciano Jocemir de Santana Souza, o Cemir, um dos chefes dos grupos paramilitares das comunidades da Muzema e de Rio das Pedras.
Cemir foi preso pela DRACO em setembro de 2021. Com ele, um celular foi apreendido na época. Através do aparelho, a delegacia conseguiu obter detalhes das extorsões e das contas bancárias do criminoso.
De acordo com a polícia, milicianos também obrigavam os moradores a pagarem por segurança privada, transporte alternativo e consumo de água. De acordo com as investigações, até catadores de lixo reciclável tinham que pagar os milicianos para poder trabalhar.
As ligações de energia já voltaram a ser feitas regularmente pela concessionária Light depois da operação.
*Estagiário sob supervisão de Beatriz Duncan