Operação no Complexo da Penha: dez pessoas são presas por extorsão

Por conta da ação da polícia, dez escolas da região ficaram fechadas e 1.253 alunos ficaram sem aula

Júlia Zanon*

Operação no Complexo da Penha: dez pessoas são presas por extorsão
Moradores do Complexo da Penha retratam incêndios e muitos tiros nesta manhã
Reprodução

Dez pessoas foram presas durante uma operação da Polícia Civil no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira (6). O objetivo era o cumprimento de 31 mandados de prisão e cinco de busca e apreensão contra uma quadrilha que pratica extorsões e se apropria de imóveis nas comunidades do Quitungo e da Fé. Para os moradores, o cenário foi de guerra: explosões, helicóptero, caveirões e muitos tiros.

Por causa da operação de hoje (6), dez escolas não abriram, deixando 1.253 alunos sem aula no Complexo da Penha.

As investigações apontam que a quadrilha tomou o controle de um prédio residencial com 24 apartamentos e passou a exigir o pagamento dos aluguéis diretamente à associação de moradores da comunidade.

De acordo com a polícia, "Pinguelo", o presidente dessa associação é um dos principais alvos da operação e ainda não foi encontrado. Além dele, o chefe do tráfico do Quintugo, "Balão", também está foragido.

Ainda segundo as investigações, o grupo queria expandir o território e aumentar a lucratividade. Os moradores que não realizassem o pagamento eram obrigados a entregar as chaves dos imóveis.

Os criminosos também praticaram extorsão contra uma empresa de engenharia e construção civil que, após vencer uma licitação para executar serviços em um conjunto habitacional no Quitungo, passou a ser obrigada a pagar uma taxa de R$ 15 mil aos traficantes para não ser impedida de seguir com as obras.

A investigação também mostrou que a quadrilha agia com violência contra as vítimas. Muitas eram sequestradas e desapareciam ou apareciam mortas.

*Sob supervisão de Helena Vieira