Uma perícia foi feita nesta terça-feira (14), pelo Ministério Público do Rio e a Polícia Militar, no local onde 9 pessoas morreram, no último dia 21, em uma operação da PM no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O Batalhão de Operações Especiais ocupou a comunidade desde o início da manhã para que a ação pudesse acontecer.
O principal objetivo é colher material por meio de fotografias e um estudo topográfico da região para comparar os dados com as informações recebidas através de denúncias de moradores. Oito corpos foram retirados de um manguezal localizado nos fundos do conjunto de favelas, no dia seguinte à operação.
Agentes do Grupo de Atuação Técnica e Especializada, da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia, ambos do MP, e peritos criminalistas da Polícia Militar participaram da perícia. Além disso, também estiveram presentes no local acompanhando as análises, promotores de Justiça que atuam perante a Auditoria Militar.
A operação do Bope aconteceu um dia depois da morte do sargento da PM Leandro da Silva, atacado a tiros por criminosos do Complexo do Salgueiro. Uma idosa de 71 anos também foi atingida por uma bala perdida no dia do ataque.
A Promotoria de Justiça Militar já ouviu mais de 10 PMs que declararam ter participado da ação no Salgueiro e três moradores da região, até o momento.
Na ocupação do Bope de hoje (14), para que a perícia pudesse ser feita, alguns moradores relataram, através das redes sociais, abusos por partes dos policiais. Segundo eles, os agentes estariam coagindo moradores e arrombando casas na comunidade.
“Moro no pé da Serra, levanto às 5 da manhã para trabalhar. Saio sempre uniformizado. Hoje pela manhã não foi diferente, saí com meu uniforme da empresa. Tinha mais de 20 policiais a pé no pé da Serra. Me viram saindo e quando estava no ônibus indo para a empresa recebi um telefonema que o Bope entrou na minha casa, arrombou o meu portão e eu pergunto até quando isso vai acontecer”, relatou um morador através de uma rede social.