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Petrobras afirma que importação de combustíveis é a solução para risco de desabastecimento

Estatal admitiu que não conseguirá atender a demanda para o próximo mês

Thales Teixeira (sob supervisão)

Existe um risco de desabastecimento em novembro
Existe um risco de desabastecimento em novembro
Reprodução

A Petrobras recebeu pedidos para o mês de novembro que vão muito além da capacidade de produção da companhia e admitiu que não conseguirá atender as demandas para o próximo mês. Mas, a companhia afirma que a importação dos combustíveis, através da própria petroleira ou pelas distribuidoras, é capaz de impedir um possível desabastecimento. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ANP, emitiu uma nota afirmando não acreditar no desabastecimento.

"Não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos," afirmou em nota a agência.

Apesar de ser o nono maior parque de refino do mundo, o Brasil ainda depende da importação de combustíveis, um quarto do diesel consumido no país vem de fora. A Petrobras foi surpreendida com um acréscimo nos pedidos das distribuidoras de 20% para o diesel e 10% na gasolina, em comparação com 2019, antes da pandemia.

Segundo a empresa, somente com muita antecedência seria possível se programar para atender essa demanda. A Brasilcom, associação que representa mais de quarenta distribuidoras, afirma que o posicionamento da estatal mostra que o risco de desabastecimento pode ser mitigado, mas o impacto acabará sendo sentido nas bombas.

"Não consideramos provável o desabastecimento, uma vez que mesmo que a Petrobras não consiga, segundo seu comunicado, atender a todos os pedidos feitos pelas distribuidoras, sempre permanece a possibilidade de importação, quer pela própria Petrobras quer pelas distribuidoras, de modo a suprir o que parece ser a deficiência por incapacidade de produção. A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais", finalizou a Brasilcom na nota.

Especialistas no setor explicam que o aumento da demanda teve ligação direta com o o consumo para as vendas de final do ano.

"Diante dessa incerteza, há um risco sim, de desabastecimento em novembro. Em particular de diesel, que em novembro se cresce muito o consumo de diesel em função da chegada do final do ano", afirmou Adriano Pires Diretor do Centro Br. de Infraestrutura