PF vai atrás de milícia comandada por Zinho

Os mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos nesta quinta-feira (25). Oito milicianos já foram presos.

Felipe de Moura*

PF vai atrás da maior milícia do Rio. Divulgação/Polícia Federal
PF vai atrás da maior milícia do Rio.
Divulgação/Polícia Federal

Oito pessoas foram presas, até o momento, durante a Operação Dinastia, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (25). O objetivo da ação é prender Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e 22 integrantes da milícia comandada por ele.

O grupo é suspeito da morte do miliciano Jerominho, que fundou a quadrilha na década de 90, quando ainda era conhecida como "Liga da Justiça".

Um dos chefes do grupo paramilitar, Geovane da Silva Mota, vulgo GG, foi preso em um hotel de luxo na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Os agentes federais e do Grupo Especial de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP) saíram no fim da madrugada para cumprir, além dos 23 mandados de prisão, 16 de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).

As investigações revelaram um esquema de extorsão, posse e porte de armas de fogo comércio ilegal de armas de fogo, corrupção de agentes das Forças de Segurança, além de diversos homicídios, que são planejados e executados pelos milicianos contra os criminosos rivais, que integram a milícia comandada por Danilo Dias, conhecido como "Tandera".

Segundo a PF, as provas coletadas evidenciam uma "matança generalizada" do grupo criminoso, que é considerado como a maior milícia do Rio de Janeiro.

"A quadrilha também pratica extorsões de forma reiterada, cobrando pelo pagamento de "taxas" de comerciantes e prestadores de serviço que ousam empreender nas áreas que são por ele subjugadas, independentemente da capacidade financeira dos empreendedores. Até as informais barraquinhas de rua, que vendem lanches, são achacadas pelos criminosos", destacou o MPRJ.

A MORTE DE JEROMINHO

O miliciano e ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, morreu no dia 4 de agosto, na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Ele chegou a ser socorrido com vida e levado para um hospital particular na mesma região, mas não resistiu aos ferimentos. Jerônimo foi atingido por dois tiros de fuzil, sendo um na perna e outro no tórax. No dia, peritos da Delegacia de Campo Grande (35ª DP), foram deslocados para a ocorrência.

Jerominho é apontado como um dos fundadores da "Liga da Justiça", uma das maiores milícias do Rio de Janeiro e que atua na Zona Oeste da capital. De acordo com a Polícia Civil, o grupo é acusado de homicídios, extorsões e comércio irregular de água e gás.

Ele também foi um dos mais de 220 investigados que tiveram o indiciamento solicitado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Rio que apurou a atuação das milícias no estado e foi um marco contra o crime organizado no estado.

Jerominho e o irmão, Natalino Guimarães, que também é apontado como um dos fundadores da "Liga da Justiça". Eles chegaram a ficar presos entre 2007 e 2018.

*Sob supervisão de Natashi Franco