Polícia investiga caso de menina autista agredida em Anchieta

Câmeras de segurança flagraram as agressões que teriam sido cometidas pela irmã da vítima

Clara Kury, Helena Vieira

Polícia investiga caso de menina autista agredida em Anchieta
Agressão contra irmã autista
foto/vídeo

As imagens de circuito mostram o momento em que a menina apanha e é arrastada pela suspeita. O caso ocorreu na rua Capitão Mário Barbedo, em Anchieta. Segundo testemunhas que estavam no local, a agressora era irmã da vítima.

Brenda Nogueira, moradora da região que estava presente no momento, contou à reportagem da Band como a situação se desenvolveu.  

Quando eu cheguei ela já estava agredindo a menina. Quando ela começou a arrastar a menina eu falei com ela e aí começou a me agredir verbalmente, me xingando. Isso não é cuidado, não tem amor nenhum pela menina ali. Todo mundo sabe que ela agride a menina, que ela sofre agressão dentro de casa. Eu liguei pra polícia e demorou umas duas horas e meia pra chegar. Quando a polícia chegou simplesmente não fez nada. 

Outras testemunhas afirmam que esse tipo de violência é recorrente com a criança.

Ela grita muito diariamente, uma vez ela até saiu de casa e correu pra minha casa e não queria ir pra casa dela. Ela tem muito medo da irmã dela

Disse uma mulher que presenciou o caso e preferiu não se identificar.

A menina empacou, não queria entrar dentro de casa, e ela xingando falando que quando chegasse em casa ia apanhar etc e tal, quando eu vi as agressões eu verbalmente comecei a debater com ela. Foi a primeira vez que eu vi isso na minha vida, to horrorizado. 

Afirmou Diogo Santos, trabalhador local e que também presenciou o ocorrido.

Para a diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSI) Ziraldo, Maíra Novoa, a criança autista tem as mesmas sensações e sentimentos que qualquer outra pessoa.

A família tem que olhar pra aquela criança, aquele adolescente, como alguém singular, alguém que merece ser olhado e que merece ter voz. As especificidades daquela criança merecem ser olhadas. Ela tem que ser considerada como sujeito que entende o que ta sendo dito sobre ela. A criança sofre e sente pra se comunicar, as vezes ela não consegue. 

Em nota, a Polícia Civil disse que instaurou inquérito para identificar, localizar e ouvir todos os envolvidos.

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