A Polícia Civil investiga a morte de Jenifer Carvalho Pires, de 19 anos, como possível feminicídio. A jovem morreu na segunda-feira (28). Ela foi encontrada pela família com um tiro no peito, na casa onde morava com o namorado.
Inicialmente, o caso foi tratado como suicídio, mas a família aponta o companheiro de Jenifer como responsável pela morte. O enterro aconteceu ontem (29).
Segundo a avó da vítima Thania Leandro Paes, a mãe da jovem de 19 anos começou a passar mal após receber uma ligação do namorado de Jenifer, avisando que sua filha havia morrido.
“Minha filha entrou em desespero, entrou na minha casa e passou mal, daí nós fomos lá. Eu, o pai e a mãe procurar por ela. Chegamos lá e ela estava morta na cama, sentada, morta. Ela apanhou muito antes de morrer, ele deu um tiro no peito dela”, acusa.
O IML aponta que Jenifer morreu com um tiro à curta distância, sem sinais de violência, mas investigadores aguardam resultados de laudos complementares, como, por exemplo, o exame que o namorado de Jenifer fez para identificar resquícios de pólvora.
O relacionamento dela com o suspeito, de 21 anos, era marcado por muitas brigas, ciúmes e agressões, ainda de acordo com a avó.
“Ela não tinha liberdade de conversar com ninguém, vivia em cárcere privado, ele prendia ela dentro de casa, sem comida. Ela falou com o pai dela, que ele tinha batido nela. Mandou uma foto com a cabeça machucada e tudo”, conta.
O namorado foi conduzido à delegacia e liberado depois de prestar depoimento. Ele confirmou para a polícia que os dois brigaram no dia em que a jovem morreu, mas negou ter atirado.
Disse ainda que estava dormindo quando ouviu o disparo e que tentou reanimar Jenifer. Ele afirmou que era dono da arma e que não tinha registro. Ao ser questionado sobre ter fugido do local no momento do crime, alegou que teve medo de ser linchado, já que a vizinhança suspeitava dele.
Segundo a investigação, o suspeito morava na Rocinha há quatro meses, e tem registro infracional de quando era menor de idade, por porte de arma de fogo e tráfico de drogas.
Hoje (30), familiares de Jenifer estiveram na delegacia para prestar depoimento.
“A gente espera que a justiça seja feita, a gente confia na justiça. E a gente decidiu não falar muita coisa, para não atrapalhar a investigação”, disse o pai de Jenifer, Rodrigo Carvalho.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.