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Prefeitura e MP demolem prédio de miliciano na Ilha da Gigoia

Segundo os agentes, o imóvel de três andares vale R$ 1,5 milhão

Júlia Zanon*

Prefeitura e MP demolem prédio de miliciano na Ilha da Gigoia
Segundo os agentes, o imóvel seria de um miliciano
Reprodução

Um prédio de três andares foi demolido, nesta terça-feira (22), pela Secretaria de Ordem Pública e pelo Ministério Público do Rio. A construção, localizada na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, seria de um miliciano que atua na região e não tinha autorização da Prefeitura.

De acordo com engenheiros da Prefeitura, a construção já tinha 300 m² de área construída e a demolição vai gerar um prejuízo de cerca de R$1,5 milhão aos responsáveis.

"O proprietário da obra já havia sido notificado para a paralisação de sua realização, não cumprindo a ordem administrativa. Pelas pessoas entrevistadas no local, não só a obra prosseguia, como estava sendo acelerada, sendo erguida inclusive no período noturno. No momento da diligência, porém, estava desocupada e os equipamentos haviam sido retirados do local", disse Laura Minc, Promotora do GAECO/MPRJ.

Na semana passada, outra construção irregular foi demolida na mesma região. Segundo a SEOP, o imóvel também pertencia a um grupo de milícia que atua na região e era avaliado em, aproximadamente, R$ 4 milhões. Tinha uma área de 1.000 m².

"A Prefeitura do Rio não vai retroceder no combate às construções irregulares. Estamos novamente na Ilha da Gigoia, dessa vez para demolir mais um prédio ilegal, mais uma construção que coloca a vida das pessoas em risco, que atrapalha no ordenamento da cidade e mais um imóvel que é usado para lavagem de dinheiro para alimentar financeiramente o crime organizado. Vamos seguir com essa parceria com o Ministério Público para coibir esse tipo de irregularidade no Rio de Janeiro", ressalta o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.

Desde de 2021 a Secretaria de Ordem Pública já realizou 2.795 demolições de construções irregulares em todo o município do Rio, sendo 75% dessas em áreas sob influência do crime organizado e miliciano na Ilha da Gigoia

*Sob supervisão de Helena Vieira