Professores e funcionários da rede estadual entram em greve

Os profissionais cobraram o aumento do piso salarial no Rio de Janeiro para a categoria

Júlia Zanon*

Professores e funcionários da rede estadual entram em greve
A medida, que engloba professores e funcionários administrativos
Divulgação/Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação

Professores e funcionários das escolas estaduais do Rio de Janeiro entraram em greve nesta quarta-feira (17). Quase 80 mil profissionais aderiram. Eles são responsáveis pelo atendimento de mais de 700 mil alunos em todas as 1.280 escolas espalhadas pelo estado. Entre os pedidos, está o aumento do piso salarial da categoria.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, o Rio de Janeiro é o estado que paga o pior salário do Brasil para os educadores. Segundo eles, enquanto o piso nacional é de R$4.420, o professor de uma escola estadual ganha R$1.588 como vencimento base (18 horas semanais), já os funcionários administrativos, como serventes e cozinheiros, recebem um piso menor que o salário mínimo - R$802.

No dia 10 de maio, a Secretaria Estadual de Educação chegou a apresentar um projeto para incorporar o piso nacional no Rio. Mas, segundo o SEPE, a proposta só iria beneficiar os salários que estão abaixo do piso - e quem ganha a mais, não teria nenhum reajuste. Ainda de acordo com eles, o projeto também não iria reajustar os salários dos funcionários administrativos.

Além das reivindicações econômicas, a categoria também defende a revogação do novo Ensino Médio e a abertura de novos concursos para suprir a falta de profissionais nas escolas.

A greve foi aprovada em 11 de maio durante uma assembleia geral e não há data definida para o término.

A Secretaria do Estado de Educação informou que atender essas reivindicações afetaria o plano de recuperação fiscal do estado e que o governo respeita a decisão da greve dos profissionais da rede, mas cabe aos órgãos de justiça verificar a legalidade do movimento. Além disso, disse também que o orçamento desse ano prevê redução de 1,5% em investimento na pasta.

*Sob supervisão de Helena Vieira