Quase cinco mil pessoas esperam por cirurgia de transplante no Rio

Mesmo com a melhora no número de transplantes, a situação ainda não é a ideal.

Felipe de Moura*

Gabriel realizou o transplante dele em 2015 Reprodução
Gabriel realizou o transplante dele em 2015
Reprodução

O estado do Rio tem 4.600 pessoas na fila para uma cirurgia de transplante de órgãos. Houve uma melhora no número de transplantes em relação à 2019, no período pré-pandemia, porém, ainda não é o suficiente.

Nos primeiros seis meses de 2022, foram realizados 1302 transplante de órgãos, o que representa mais da metade do total feito em 2019. Na época, foram realizados 2.481 transplantes em 12 meses.

Gabriel Montenegro, 30, empresário e campeão estadual de motocross em 2021, só pôde comemorar o título porque passou por um transplante de fígado há sete anos. Em 2015, Gabriel passou mal durante uma prova e foi diagnosticado com uma síndrome causada por excesso de esforço.

Na época, ele teve uma hepatite fulminante durante a competição e ficou 26 dias em coma. Quando acordou, ele tinha um fígado novo.

“Eu acabei passando mal durante a prova, fui internado com suspeita de AVC. Em seguida, fui diagnosticado com rabdomiólise, que é uma síndrome causada por excesso de esforço. Logo em seguida, tive uma hepatite fulminante. Eu entrei na fila de transplante com prioridade. Eu tive falência total do fígado. Quando eu acordei da cirurgia, eu não sabia o que tinha acontecido. Hoje eu tenho uma vida normal, voltei a competir, faço exercícios normalmente”, disse Gabriel.

As doações de órgãos devem ser autorizadas pelas famílias depois da morte das pessoas que desejavam doar. Parentes até o quarto grau de pacientes podem fazer, ainda em vida, a doação de órgãos duplos e também partes de outros órgãos.

Dos 1302 transplantes realizados neste ano, foram 422 órgãos sólidos transplantados, 62 transplantes de medula óssea, 268 de córnea, 43 de esclera e 507 de tecidos e músculo esqueléticos.

O governo do Rio incentiva a doação pelo projeto “Doe+Vida”, que faz parte do Programa Estadual de Transplante (PET).

“Algumas estratégias estão sendo feitas. Afinal de contas, nós temos uma lista de espera, pessoas que aguardam que o seu telefone toque. Esse projeto tem a finalidade de sensibilizar a população para que ela possa, nesse momento de dor, optar pela doação de órgãos e tecidos. Além de treinamentos de equipes hospitalares, treinamento de graduandos nos cursos das áreas médicas para que eles já possam sair com uma formação capaz de ter uma compreensão do processo do transplante”, comentou Fabrício Oliveira, diretor Técnico do Programa Estadual de Transplante.

*Sob supervisão de Natashi Franco