Os azulejos foram desenhados por Cândido Portinari. Os jardins suspensos, por Burle Marx. A estética modernista do prédio leva a assinatura de Lúcio Costa e as curvas inconfundíveis são de Oscar Niemeyer. Não é por acaso que o Palácio Capanema é considerado um marco da arquitetura brasileira, desde a sua inauguração, nos anos 1930.
O prédio já abrigou o Ministério da Educação e foi palco de grandes manifestações, mas, há algumas décadas, entrou em processo de decadência e, desde 2018, está cercado por tapumes, em uma reforma que se arrasta há muito tempo.
"Poderia ter resolvido, não se resolve, acredito eu, que por falta de uma cobrança coletiva e uma ausência de foco, de prioridade de um governo. Isso demonstra as prioridades de um País, de uma nação, onde se releva a história de um próprio povo, né", critica o servidor público Bruno Braga.
"Uma coisa tão bonita que podia ser aberta ao público, né? Para as pessoas verem, as pessoas admirarem, os próprios turistas que vêm ao Brasil", diz o tesoureiro Erivelton Martins.
Mas, agora, o governo federal promete que essa situação vai mudar.
O Capanema está entre os 138 bens culturais ao redor do País selecionados pela União para um programa de conclusão ou retomada de obras paradas. O investimento total previsto é de 700 milhões de reais, com recursos do novo PAC.
Outro endereço que será contemplado na cidade do Rio de Janeiro é o Museu da República. No palácio que ja foi sede da Presidência da República, onde Getúlio Vargas se suicidou, o foco será a modernização de instalações elétricas e a reforma do jardim histórico.
"Esse investimento vai nos permitir fazer uma obra de restauração consistente no Palácio do Catete. Recuperando varandas, recuperando esquadrias de madeira, recuperando piso, recuperando pinturas. Tudo isso é da maior importância. Que a população venha, frequente o Museu da República, frequente o Palácio do Catete, frequente o jardim", afirma Mario Chagas, diretor do Museu da República.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional informou que no estado do Rio de Janeiro serão doze instituições beneficiadas pelo programa ao todo.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.