Band Rio

Retaliação por mortes de milicianos termina com vans incendiadas na Zona Oeste

Moradores ficaram em meio à guerra de facção pelo controle dos pontos de vans

Beatriz Duncan (sob supervisão)

Sete vans foram incendiadas nesta manhã (16)
Sete vans foram incendiadas nesta manhã (16)
Reprodução/Redes Sociais

A guerra das milícias ganha mais um capítulo na cidade do Rio na manhã desta quinta-feira (16). Depois da execução de duas pessoas no bairro de Dom Bosco, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na noite de quarta (15), a milícia chefiada por Danilo Dias Lima, o Tandera, que domina a área, incendiou, em ato de retaliação, sete vans em diferentes pontos da Zona Oeste. O ataque aconteceu em regiões controladas pelo miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Os bairros mais atingidos são Santa Cruz e Campo Grande.

A situação afetou os transportes públicos na região. Vans pararam de circular por medo de um possível ataque. Já o Rio Ônibus reduziu em 10% a frota que percorre as áreas de conflito, tendo, em alguns casos, a necessidade de desvio de itinerário. O BRT suspendeu temporariamente o serviço durante a tarde mas já foi normalizado.

Durante os ataques, o fiscal de transporte alternativo, Fernando Pereira, de 41 anos, foi morto em Santa Cruz. A Polícia Civil investiga se o assassinato tem relação com a disputa entre milicianos pelo controle de pontos de vans na Zona Oeste. Moradores da região se assustaram com a troca de tiros no local.

"Teve tiroteio na minha rua. Isso nunca acontece. Eu moro na rua João XXIII. Isso não acontece lá há mais de 10 anos. Eu estou apavorada", relata uma moradora que preferiu não se identificar.

O policiamento, por terra e ar, está reforçado para impedir que novos ataques aconteçam. Sete batalhões da Polícia Militar estão nas ruas e aeronaves do Grupamento Aeromovel sobrevoam as regiões atacadas. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para controlar as chamas nos transportes incendiados. A Secretaria Municipal de Transportes afirma que está acompanhando a situação. Segundo a pasta, o transtorno causado na manhã de hoje é reflexo de um problema de segurança pública na cidade.