Rodoviários iniciam paralisação em Duque de Caxias e Magé

A categoria reivindica reajuste salarial de 11,79% no salário referente a junho

Felipe de Moura*

A paralisação é por tempo indeterminado TV Band
A paralisação é por tempo indeterminado
TV Band

Os rodoviários de Duque de Caxias e Magé, na Baixada Fluminense, iniciaram uma paralisação na madrugada desta quarta-feira (23). A categoria pede um reajuste salarial de 11,71% no salário retroativo a primeiro de junho.

A paralisação é por tempo indeterminado e interrompeu a circulação de metade da frota de ônibus das cidades.

A categoria estava em estado de greve desde a quarta-feira passada (17), e decidiu pela paralisação durante uma assembleia, na noite desta terça-feira (23). De acordo com o sindicato dos trabalhadores rodoviários de Caxias e de Magé, o motivo da reivindicação do reajuste salarial se dá por conta do aumento da inflação em relação à 2019, quando houve o último aumento.

“Eu sou morador de Caxias e a situação está muito complicada. Os ônibus estão em greve, os pontos de ônibus estão cheios e tem bastante gente caminhando em direção ao trem, na estação de Gramacho, então as pessoas precisam ficar atentas”, comentou Douglas Assis, morador da região.

O Sindicato das empresas de ônibus de Caxias e Magé disse, em nota, que foi “surpreendido” pela paralisação, já que na segunda-feira (22), firmou um acordo com os trabalhadores para reajuste salarial de 5% e redução no desconto referente à cesta básica, de 20% para 10%.

A representação das empresas ainda considera o movimento como “ilegal”, contrariando o que foi estabelecido na negociação entre as partes. Eles solicitam o retorno imediato dos rodoviários que aderiram à paralisação.

Outros moradores da Baixada Fluminense também relataram a situação dos pontos de ônibus lotados na região.

“O pessoal de Santo Aleixo está sofrendo muito com a greve de ônibus. Nós temos uma linha de ônibus que faz Santo Aleixo – Caxias, que é da Regina’s. O povo já sofre com ônibus, imagina hoje com essa greve. Eu desci agora e vi os pontos muito lotados, todo mundo esperando ônibus e não tem ônibus. Não tem como chegar em Caxias”, disse Eliane Figueireido, moradora de Santo Aleixo.

O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS

Em nota, o Detro-RJ informou que “como a greve é por conta de salários, neste caso, cabe procurar as empresas de ônibus e o sindicato da classe”.

A SuperVia relatou que “registrou um pequeno aumento no número de passageiros nas estações de Duque de Caxias e Gramacho em relação a quarta-feira da semana passada (17/08), ambas no ramal Saracuruna. A SuperVia segue monitorando o movimento dos passageiros e, caso seja necessário, poderá fazer ajustes na operação para atender ao aumento da demanda”.

Também em nota, a Autoviação Regina’s disse que “foi surpreendida pela declaração arbitrária e ilegal do estado de greve pelo Sindicato dos Rodoviários de Duque de Caxias e Magé, uma vez que a negociação foi intermediada pelo Ministério Público do Trabalho entre os Sindicatos Patronal e Funcional e a empresa acatou os termos definidos. E que está trabalhando para minimizar os impactos à sociedade, porém depende dos rodoviários para a manutenção de 50% da frota operante, sendo responsabilidade integral da categoria os prejuízos à sociedade”.

*Sob supervisão de Natashi Franco