
O sistema BRT no Rio irá sofrer uma “VLTzação” nos próximos anos. É o que anunciou o prefeito da cidade, Eduardo Paes, nesta quinta-feira (7). De acordo com o projeto apresentado na manhã de hoje, as linhas do BRT Transcarioca e Transoeste serão modificadas, substituindo o transporte para o Veículo Leve sobre Trilhos, já presentes no Centro do Rio. Estão previstos 251 quilômetros de trilhos, o que corresponderia à maior malha de VLT da América Latina.
O investimento previsto para o trajeto Transcarioca, que vai cobrir uma área de 86 quilômetros, é de R$ 6 bilhões. Os corredores, a infraestrutura e as estações dos BRTs serão mantidos para a implementação dos VLTs da Transcarioca e da Transoeste.
Em relação ao VLT Transoeste, o investimento previsto para a área de 125 quilômetros é de R$ 8,7 bilhões. O cronograma da prefeitura é que a fase de estudos e projetos seja entregue no primeiro semestre de 2023. O gasto previsto, neste primeiro momento, é de R$ 8,5 milhões.
A licitação e o início da implantação são estimadas para o segundo semestre de 2023. O prazo de conclusão da obra é de 15 anos.
“O plano que nós estamos apresentando hoje tem duas premissas super importantes: a primeira é que isso aqui não é um plano do governo Eduardo Paes. A gente tem que aprender que investimentos e infraestrutura numa rede de mobilidade, precisa perpassar governos. A gente vai buscar financiamento externo. A segunda premissa: nada que foi feito das estruturas dos BRTs se perde, pelo contrário, o que foi feito das infraestruturas dos BRTs facilita a nossa vida para que a gente possa dizer que esse plano é factível. Na prática, a infraestrutura está pronta”, disse Eduardo Paes.
De acordo com o prefeito, o aporte financeiro para esse projeto será com parcerias público-privadas, com bancos e empresas que estiverem interessadas a participarem da transformação do transporte. Segundo o político, a prefeitura do Rio, sozinha, não tem condições de financiar o projeto.
A linha Transbrasil não irá receber os trilhos e vai continuar operando com os BRTs. A diferença é que ele será integrado com o terminal Gentileza, no Centro do Rio. O “Gentileza” irá receber cerca de 120 mil pessoas por dia. Lá, além da integração do BRT, 2 linhas de VLT e 22 linhas de ônibus municipais estão previstas para fazer a integração. O VLT do Centro também será extendido em 700 metros, de acordo com o projeto.
O SOFRIMENTO DE CADA DIA
O sistema de BRT enfrenta constantes problemas, desde a inauguração em 2012. Dentre os principais, estão a superlotação, falta de segurança e insuficiência de articulados, que com frequência são alvos de depredação e vandalismo. De 2017 a 2020, 56 estações foram fechadas e 316 ônibus saíram de circulação, de acordo com a Prefeitura.
Na noite desta quarta-feira (6), um ônibus articulado pegou fogo em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. O incêndio se alastrou para o módulo expresso da estação Mato Alto, do corredor Transoeste. Ninguém ficou ferido. Segundo a Mobi-Rio, o módulo parador não foi danificado.
Por conta do incêndio, o embarque e desembarque na Estação Mato Alto estão sendo feitos no módulo parador, nesta quinta-feira (7). A Prefeitura também implementou um reforço do serviço “diretão” Mato Alto - Alvorada.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para o incêndio por volta das 20h30 de quarta e o fogo foi controlado por volta das 23h.
A Mobi-Rio prevê que o módulo atingido pelo fogo nesta quarta seja reaberto em 15 dias. Até o segundo semestre de 2023, a Prefeitura prevê entregar obras para transformar cinco estações, entre elas a do Mato Alto em terminais de BRT, integrados com vans, ônibus e ciclovias.
*Estagiário sob supervisão de Beatriz Duncan