Seminário discute problemas e soluções do transporte público no Rio

Todos os modais já são afetados pela crise gerada pela pandemia

Beatriz Duncan (sob supervisão)

Dentre os principais problemas encontrados estão a superlotação e a má conservação dos transportes Reprodução/TV Band Rio
Dentre os principais problemas encontrados estão a superlotação e a má conservação dos transportes
Reprodução/TV Band Rio

O Governo do Estado e a Prefeitura do Rio se reuniram na manhã desta terça (19) com gestores dos principais serviços de transporte da capital fluminense para discutir a crise que afeta o serviço e já impacta todos os modais que circulam pela cidade. O seminário Colapso da Mobilidade Urbana trouxe um debate entre os representantes para evitar que o passageiro sofra ainda mais as consequências dos problemas financeiros nos transportes. O objetivo dessa reunião foi buscar soluções para tentar contornar a situação no Rio de Janeiro, agravada por conta da pandemia.

Dentre os principais problemas encontrados estão a superlotação e a má conservação dos trens, ônibus, barcas e BRTs. Atrasos e a escassez de linhas também foram pauta do encontro. Segundo os responsáveis pelas empresas, a queda no número de passageiros durante o período de isolamento foi um dos fatores que prejudicou o funcionamento integral dos serviços.

"O setor de transportes foi um dos mais afetados (pela pandemia). Nós não paramos de trabalhar nenhum segundo desde março de 2020 atendendo trabalhadores essenciais, atendendo a sociedade. O custo de operar um sistema com ou sem passageiro é o mesmo", relata o presidente do Metrô Rio Guilherme Ramalho. O transporte antes da pandemia trabalhava com uma demanda de 900 mil passageiros. O número agora passou para 400 mil.

Uma das principais soluções discutidas passa pelo subsídio das tarifas pelo poder público que já trabalha desta forma no estado com o repasses do bilhete único intermunicipal e a tarifa social aquaviária. Em análise está um estudo para a tarifa social no metrô e no trem.

"Não adianta você reabrir a atividade econômica se você não tiver transporte público funcionando de uma maneira eficiente e decente. É um serviço crítico para a economia funcionar. Estamos vivendo uma realidade caótica em todos os modais, com déficit operacionais e ao mesmo tempo um serviço muito precário", afirma José Antônio do Nascimento Brito, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

No momento, a Subsecretaria de Estado de Mobilidade e Integração Modal trabalha com três frentes no enfrentamento dessa crise: o índice de reajuste dos contratos, os desequilíbrios ocorridos com a pandemia, além de outros pontos de investimentos.

"A gente aporta também recursos dentro do próprio sistema de transportes em termos da manutenção e custeio da operação entendendo que esse novo normal da demanda não vai voltar. Mas pra isso o estado precisa ter a melhor fiscalização dos dados para aportar esse recurso numa política que estamos pensando além do Bilhete Único e das tarifas sociais", conta a subsecretária estadual de Mobilidade Urbana e Integração Modal Paula Azem.