Três pessoas tiveram ferimentos leves depois de uma caixa d´água cair em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. A caixa fazia parte de um prédio do condomínio Aterrado do Leme II. Os apartamentos do primeiro e do quinto andar foram atingidos. De acordo com testemunhas, a caixa tinha o dobro do tamanho do edifício. Vinte famílias tiveram que deixar o local.
“Pela manhã, eu estava meio sonolenta, aí eu escutei um estalo e depois do estalo eu escutei alguma coisa caindo e veio uma enxurrada de água com vidro porque a janela também estilhaçou. Entrou uns estilhaços na minha perna. Foi tudo inesperado, um desespero total”, disse Michele Xavier Rodrigues, uma das três pessoas feridas.
A estrutura "dobrou" e caiu atingindo a fachada do prédio. Cerca de três apartamentos, a cobertura do imóvel e diversos veículos que estavam estacionados foram danificados. Os moradores precisaram deixar o local.
Um cachorro estava sozinho em um dos apartamentos e morreu com o desabamento. Dono do pet, Hermes disse que perdeu tudo e só ficou com a roupa do corpo.
“A caixa d’água soltou e destruiu meu apartamento todo. Eu não tenho nada, só estou com a roupa do corpo. Nem documento eu tenho. Mas a vida da gente é o mais importante, perder bem material, a gente constrói de novo. A vida a gente não constrói. O cachorrinho meu que morreu”, disse Hermes Guimarães, morador de um dos apartamentos do prédio.
Uma perícia vai analisar o que causou a queda da estrutura, que fica em um condomínio do programa do governo federal “Minha casa, Minha vida”. Os prédios foram construídos em 2014 e os moradores já vinham relatando problemas.
“Uma coisa horrível, os carros quebrados lá na frente. Isso aqui já estava há muito tempo desse jeito. Já estava falhando, descendo água. Estava todo mundo esperando a caixa cair, mas não levam a sério”, disse uma moradora da região que testemunhou o rompimento da caixa. Ela não quis se identificar.
A Caixa Econômica Federal disse que enviou equipes ao local e acionou a construtora Direcional Engenharia para avaliar e dar assistência aos moradores. O prefeito Eduardo Paes garantiu que a Prefeitura vai apoiar as famílias prejudicadas com o aluguel social, um benefício de R$ 400.
“O pessoal da Direcional vai assumir as responsabilidades. Se não assumir, a gente vai fazer a obra e a gente está priorizando cuidar das famílias que estão aqui. A Defesa Civil vai vistoriar todos os prédios e blocos para impedir que isso se repita. Estamos fazendo um aluguel social com eles (as famílias desalojadas) até o período de eles voltarem para casa”, afirmou Paes.
*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco