UFRJ fecha 4 restaurantes universitários por conta do corte de verbas

A instituição soma um bloqueio de mais de R$ 25 milhões

Ana Clara Galante*

Restaurante Universitário do Campus Praia Vermelha, Zona Sul do Rio. Reprodução
Restaurante Universitário do Campus Praia Vermelha, Zona Sul do Rio.
Reprodução

Por conta do último corte do Governo Federal de R$15 milhões do orçamento da UFRJ, a universidade fechou temporariamente 4 dos 6 restaurantes universitários em funcionamento. A instituição informou que a empresa responsável pelas refeições está com dificuldades para a manutenção do contrato com esse impacto financeiro.

Com isso, a partir desta quarta (14), a UFRJ só tem condições de operar o bandejão central, localizado na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio. O restaurante do Campus Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também segue em funcionamento.

O bandejão atende cerca de 8 mil estudantes por dia. Os alunos podem almoçar ou jantar com o valor de R$ 2 reais e servidores pagam R$ 8,25 reais pela refeição.

A estudante de jornalismo Letícia Gonçalves mora sozinha e conta com o auxílio do restaurante universitário do campus Praia Vermelha para economizar na alimentação. Hoje ela foi surpreendida com as portas do bandejão fechadas.

“A gente não tem nenhum conforto para ter a segurança alimentar. Uma refeição pode fazer um aluno continuar a estudar. Ninguém estuda de barriga vazia”, Letícia afirmou. 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro sofreu, nos últimos dois meses, um corte de verbas de R$ 25,7 milhões. No dia 3 de dezembro, a Reitoria da instituição publicou uma nota, dizendo que já opera no negativo e que não poderia pagar as despesas com esse novo bloqueio.

SALÁRIOS ATRASADOS

O corte no orçamento também impactou os funcionários terceirizados, que estão com o pagamento atrasado.

“Natal chegando, a família precisando de sustento e a gente aqui sem pagamento. Muito ruim isso”, disse Nilson Marques, funcionário de limpeza. 

PAGAMENTOS DE BOLSAS

A Universidade chegou a receber R$ 3,3 milhões destinados à assistência estudantil, mas ainda depende de R$ 16 milhões para fazer o pagamento de todas das bolsas.

*Sob supervisão de Natashi Franco