A nova vacina contra a dengue vai começar a ser distribuída na próxima semana em clínicas particulares. O imunizante Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., foi aprovado em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A incorporação da vacina no SUS ainda depende da avaliação e aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Para a imunização completa é preciso duas doses da vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, o valor de cada dose vai variar entre R$ 300 e R$ 500. Algumas clínicas também podem acrescentar no valor final o custo de aplicação do fármaco.
Essa é a primeira vacina contra a dengue disponível para o público em geral. Uma outra, anteriormente aprovada, a Dengvaxia, só podia ser aplicada em pessoas que já tivessem contraído a doença.
A vacina Qdenga, é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, dando ampla proteção contra a dengue. É um imunizante de vírus atenuado, ou seja, o vírus está ativo, mas sem a capacidade de produzir a doença. Ele está disponível para todas as pessoas entre quatro e 60 anos de idade, mas é contraindicado para gestantes, lactantes, imunossuprimidos, pessoas com hipersensibilidade às substâncias da fórmula e indivíduos com deficiência congênita ou adquirida.
A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (European Medicines Agency - EMA). Ela foi testada em 27 mil participantes de regiões endêmicas e não endêmicas de dengue e mostrou eficácia geral de 80,2%.
Em 2023, entre janeiro e abril, foram registrados, 899 mil casos de dengue em todo o Brasil. O número corresponde a um aumento de 30% dos casos prováveis da doença em comparação com o mesmo período de 2022. No último ano, o Rio de Janeiro registrou 2,8 mil casos prováveis de dengue, 187 de chikungunya e 10 diagnósticos de Zika. Os casos prováveis de dengue saltaram para mais de 17,7 mil em maio de 2023, além de 422 de chikungunya.
*Sob supervisão de Helena Vieira