VÍDEO: Filho de Cabral saiu de casa segundos antes da PF chegar

Imagens das câmeras de segurança mostram José Eduardo Cabral saindo do condomínio onde mora na Barra da Tijuca

Felipe de Moura*

José Cabral saiu logo antes da PF chegar Reprodução
José Cabral saiu logo antes da PF chegar
Reprodução

Imagens de câmeras de segurança mostram José Eduardo Neves Cabral, filho de Sérgio Cabral, saindo do condomínio onde mora na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, segundos antes da Polícia Federal chegar no local, durante a operação Smoke Free no último dia 23. Ele ficou foragido por um dia e se entregou na quinta-feira (24).

No vídeo, é possível ver um carro branco, onde estava os agentes da Polícia Federal, chegando na área do condomínio. No mesmo momento, às 5h28, um carro preto, que é do filho de Cabral, sai do local.

TAL PAI, TAL FILHO

José Cabral foi transferido para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar (BEP), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na última sexta. O presídio é mesmo onde o pai está preso.

Ao saber do pedido de prisão do filho, Sérgio Cabral passou mal e chegou a desmaiar na cadeia. O filho do ex-governador foi um dos alvos da operação da Polícia Federal contra uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros.

SMOKE FREE?

Na manhã desta segunda-feira (28), três investigados de participarem da quadrilha se entregaram na Superintendência Regional da Polícia Federal. Com isso, subiu para 17 o número de pessoas presas na ação. O grupo é responsável por causar prejuízos à União de cerca de R$ 2 bilhões.

De acordo com a investigação, iniciada em 2020, o grupo criminoso transportava e comercializava cigarros ilegais em territórios dominados por outras organizações criminosas, tanto em áreas de tráfico quanto de milícias. O esquema teria acontecido nos últimos três anos, de 2019 a 2022. Além disso, o grupo, que emitia notas fiscais falsas, precisou começar a lavar o dinheiro das transações no exterior para trazer um ar de legalidade aos ganhos.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenado por um policial federal e integrado por policiais militares e bombeiros, que também atuavam para atender aos interesses do grupo.

Na ação da última quarta-feira (23), 300 policias federais cumpriram 27 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos mandados, ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de R$ 300 milhões, foram emitidas. Dentre os bens, estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie, valores depositados em contas bancárias, entre outros.

Os investigados podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas.

A operação também tem apoio da U. S. Homeland Security Investigations (HSI), Agência de Investigações de Segurança Interna, da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.

*Sob supervisão de Beatriz Duncan