Visitações na Ilha da Boa Viagem agitam reabertura após sete anos

Fechado desde 2016 pelo Governo Federal, patrimônio arquitetônico de Niterói reabre após reformas de R$ 5,5 milhões.

Fernando David e *Guilherme Nery

Reinaugurada no último fim de semana (23 e 24), a famosa Ilha da Boa Viagem, no lado niteroiense da Baía de Guanabara, volta enfim a abrir suas portas para o turismo. Pontos turísticos da ilha, a capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, o fortim e o casarão – mais conhecido como castelo – aguardam aos visitantes cariocas, niteroienses e de todo o Brasil.

A ilha, que fica ao lado do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, havia sido fechada em 2016 pelo Governo Federal, que constatou problemas estruturais após dois meses de visitações abertas. Em 2021, a Prefeitura de Niterói conseguiu a posse do ponto turístico, iniciando reformas imediatas para uma reabertura, que veio a acontecer agora, setembro de 2023.

Desde a reabertura até então, a Ilha da Boa Viagem registrou cerca de 400 visitantes nessa primeira semana, de acordo com a assessoria da Prefeitura de Niterói. Espera-se que esse número aumente ainda mais a partir de março de 2024, quando está prevista inauguração de um museu na ilha. 

A construção é resultado de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Secretaria Municipal de Ações Estratégicas (SMAE), visando tornar o local como a primeira ilha do Brasil a ter um conceito de museu, criando um circuito a céu aberto de experiências interativas desde a entrada.

A capela, no alto da ilha, era última parada para os navegantes, que antes de sair da Baía de Guanabara, iam até lá pedir a benção para Nossa Senhora de Boa Viagem.

A pequena igreja em estilo neoclássico foi recuperada para ficar do jeito que era quando foi construída em 1650.

“A gente trouxe restauradores aqui pra também ajudar a gente. Pra fazer a composição, achar a pigmentação da pedra de lioz (…) é realmente um trabalho de pesquisa e a gente com isso vai estudando e descobrindo histórias da ilha”, conta o arquiteto Marcelo Barcellos.

A reforma custou R$ 5,5 milhões. A parte mais desafiadora da obra foi a reconstrução do fortim, que estava praticamente em ruínas.

André Bento, diretor presidente da Niterói Empresa de Lazer e Turismo S/A (NELTUR), comenta que a reabertura da Ilha da Boa Viagem representa dois marcos muito importantes para o desenvolvimento da atividade turística.

"Por um lado, nós estamos entregando muito zelo e responsabilidade a um patrimônio arquitetônico que remonta à história do Brasil, para que moradores e visitantes não apenas contemplem esta pérola da cidade, mas descubram um pouco da história e suas curiosidades através das visitas monitoradas”.

*Sob supervisão de Christiano Pinho