Golpe do Pix: entenda como funciona e como se proteger

No Google, buscas por golpes crescem 140% nos últimos 5 anos em comparação com o período anterior

Por Alessandra Petraglia

Golpe do Pix: entenda como funciona e como se proteger
Cresce as busca dos brasileiros por golpes associados ao Pix no Google
Bruno Peres I Agência Brasil

Criminosos estão aplicando um novo golpe que se aproveita de um mecanismo comum no dia a dia e da boa-fé das pessoas: é o golpe do Pix.

Funciona assim: você recebe, de forma inesperada, uma quantia via Pix. Pouco tempo depois, uma pessoa entra em contato afirmando que fez a transferência por engano e pede o valor de volta com urgência. Querendo ajudar, a vítima devolve o dinheiro — e aí é que o prejuízo começa.

Os criminosos acionam um mecanismo criado justamente para coibir golpes, o Mecanismo Especial de Devolução (MED), do Banco Central, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima. Em alguns casos, o banco realiza a devolução e quem fica no prejuízo é a vítima: que perde o dinheiro que recebeu e também o que devolveu.

Esse novo tipo de crime chama atenção porque não envolve invasão de celulares, roubo de senhas ou cliques em links maliciosos. O golpe se vale apenas do uso indevido de um recurso legítimo dos bancos.

Buscas por estorno de Pix aumentam

Segundo um relatório exclusivo da Sala Digital,  parceria entre a Band e o Google, o interesse de buscas por termos como “estorno Pix” aumentou cerca de 25% no segundo semestre de 2024 em comparação com a média dos cinco semestres anteriores.

Já quando o assunto é golpe, o Pix é aquele que lidera as buscas no Google. Entre as perguntas mais feitas pelo público no buscador, estão:

  1. Como pedir estorno de Pix por golpe?
  2. Golpe por Pix, o que fazer?
  3. Como funciona o golpe do Pix?

O que fazer em caso de erro ou golpe com Pix?

Se você enviou um Pix por engano

O Banco Central (BC) orienta que o primeiro passo é tentar contato direto com a pessoa que recebeu o valor. Como o Pix é uma operação instantânea, não é possível cancelá-lo. Se não houver retorno, entre em contato com o seu banco e explique o ocorrido.

“Você não deve fazer um novo Pix para quem te enviou o recurso. Assim, você impede que essa pessoa requisite ao seu banco a devolução do valor que você recebeu e evita ter que pagar duas vezes, uma através da devolução por meio da funcionalidade correta e outra através do novo Pix que você fez”, diz a orientação do Banco Central.

Se você foi vítima de fraude ou golpe

Nessa situação, é importante agir rapidamente. Veja os passos recomendados pelo BC:

  1. Comunique seu banco imediatamente.
    Acesse o comprovante da transação bancária e procure pela opção ‘devolver Pix/ cancelar Pix’ para registrar a sua ocorrência.

O banco, por sua vez, deverá acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), do Banco Central, criado para avaliar situações de golpe.

  1. Registre um boletim de ocorrência.
    O documento é importante para reforçar a denúncia.

Como funciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED)?

O MED é um recurso que permite que vítimas de golpes solicitem a devolução dos valores transferidos por Pix. O processo funciona assim:

  1. Você registra a solicitação no seu banco.
  2. A instituição avalia o caso. Se entender que se trata de uma situação de fraude, os valores recebidos pelo golpista ficam bloqueados temporariamente.
  3. O caso é analisado em até 7 dias.

Se não for comprovada a fraude, os valores são liberados.

Se a fraude for confirmada, a vítima recebe o valor de volta (total ou parcial) em até 96 horas, desde que haja saldo na conta do golpista.

Em 2023, o Banco Central recebeu 2,5 milhões de pedidos de devolução de Pix. No ano passado, foram quase 5 milhões, ou seja, o dobro de solicitações.

Recebeu um Pix errado? Desconfie!

Antes de realizar qualquer transferência, entre em contato com o seu banco e relate a situação!

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