A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira (28) que realizou reunião técnica com os fabricantes de pomadas capilares. Na ocasião, alguns representantes de empresas alegaram que os eventos adversos graves ocorridos estariam restritos ao uso para trançar cabelos e “a suposta prática dos usuários de não lavar os cabelos por diversos dias”.
As declarações dos fabricantes à Anvisa foram feitas em 17 de janeiro. Em nota, a agência disse que “levantaram questionamentos sobre eventual aspecto discriminatório e racista contido em tais falas”.
“A Anvisa refuta e abomina qualquer forma de discriminação, em especial o racismo. Como instituição pública, a Agência está comprometida com a proteção e a promoção da saúde da população, considerando o acolhimento das diversidades de povos, etnias e culturas que compõem o Brasil”, afirmou em nota.
A Anvisa, até o momento, reforça que não há dados que indiquem que o problema seja provocado por alguma forma específica de uso. Segundo a agência, diversas potenciais causas dos eventos adversos graves relatados após o uso de pomadas capilares para trançar, modelar ou fixar os cabelos estão sob investigação, incluindo a formulação dos produtos, o modo de uso e eventuais impurezas, como reforçou durante a reunião.
“Portanto, não há alegações técnicas de que os eventos adversos graves estejam relacionados ao uso por pessoas negras e mais especificamente à prática de trançar cabelos”, pontuou.