
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou no início deste ano uma nota técnica em que destaca o potencial da atividade física para a saúde em geral e para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.
Em linhas gerais, o texto recomenda que “as pessoas se mantenham fisicamente ativas como parte da rotina diária para a prevenção e o controle do câncer” e reforça que “em geral, a realização de atividade física, durante e após o tratamento do câncer, é segura, tolerável e apresenta baixo risco de eventos adversos”.
No entanto, vale destacar, é importante levar em conta as particularidades de cada caso, garantindo que a equipe de saúde responsável pelo acompanhamento do paciente esteja ciente da prática, integrada ao plano de cuidado.
A prática de atividade física é essencial tanto para a prevenção quanto para o controle do câncer, beneficiando quem busca evitar a doença e quem já está em tratamento. Ela reduz o risco de diversos tipos de tumores, como os de mama, endométrio, intestino e próstata, além de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar físico e mental dos pacientes.
Os benefícios são vários: manter-se ativo também contribui para a redução de doenças cardiovasculares, melhora do sono, aumento da memória e prevenção de quedas. Para quem está em tratamento oncológico, a prática é segura e pode aliviar sintomas e efeitos colaterais das terapias, como fadiga, ansiedade e depressão. Além disso, ajuda a manter a funcionalidade e promove melhores condições de saúde para quem enfrenta o câncer.
Existe ainda, uma justificativa financeira para estimular o combate ao sedentarismo. O INCA estimou que, em 2018, foram gastos quase R$ 95 milhões pelo SUS devido à inatividade física no tempo livre. Em 2030, segundo projeções do Instituto, esse valor pode chegar a R$ 146,9 milhões.
Desta forma, devemos incentivar a criação de ambientes que promovam a saúde. Isso inclui a criação de estratégias para estimular o autocuidado, como a prática regular de atividade física. Deixo, então, o convite para você, leitor ou leitora, criar uma rotina que contemple a atividade física. Sabemos que nem sempre é fácil incorporar esta prática a uma rotina bastante corrida. Quem topa este desafio?
Tania Tonezzer é fisioterapeuta do Oncomovimento (Crefito128763-F), mestre em Ciências da reabilitação – FMUSP e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer