A Covid-19 responde por 77,6% dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em todo País, conforme a nova edição do Boletim InfoGripe divulgada nesta quarta-feira (13) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A pesquisa é referente ao período entre 3 e 9 de julho.
Segundo o levantamento, 94,5% das mortes registradas foram relacionadas ao coronavírus. O estudo apontou para a continuidade do sinal de crescimento do número de casos da doença no país.
O boletim mostrou ainda que a prevalência entre as notificações com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 7,6% para Vírus Sincicial Respiratório, associado a infecções no trato respiratório em crianças, e de 2,4% para Influenza A.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que os dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o quadro de crescimento de SRAG foi decorrente do aumento nos casos de Covid-19. A análise das curvas de cada UF indicam que, de modo geral, nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste observa-se uma desaceleração no ritmo de crescimento. Com alguns estados já indicando formação de platô na análise de curto prazo. No entanto, nas regiões Norte e Nordeste há sinais de manutenção de crescimento ainda em ritmo elevado.
O pesquisador explica que esse cenário pode estar associado ao fato de que a metade Sul do país iniciou esse processo de crescimento mais cedo, ainda em abril. Já na metade Norte esse movimento se inicia com maior clareza a partir de final de maio e início de junho.
"No Paraná e no Rio Grande do Sul observam-se indícios de retomada do crescimento em crianças, contrastando com o sinal de platô nos adultos, indicando que o cenário ainda é instável e exige cautela", ressalta Gomes.
Entre crianças de zero a 4 anos, o volume de casos os casos associado a Covid-19 já supera o de Vírus Sincicial Respiratório, representando 43% e 33% dos diagnósticos, respectivamente.
Ainda de acordo com a pesquisa, 19 das 27 capitais apresentam indícios de crescimento na tendência de longo prazo, o que representa as últimas seis semanas.