Dourados, no Mato Grosso do Sul, iniciou nesta quarta-feira (3) a vacinação contra a dengue nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A cidade sul-mato-grossense é a primeira a iniciar a imunização contra a doença no país e deve atingir cerca de 150 mil pessoas entre 4 e 59 anos.
A distribuição de 90 mil doses, entregues pelo laboratório japonês Takeda, começou por volta das 7h e, assim que as vacinas chegaram às unidades de saúde, a primeira dose começou a ser aplicada, sendo que a segunda precisa ser ministrada três meses após a aplicação.
A primeira dose foi aplicada em Francisleine Costa, mãe do adolescente Julio Cesar da Costa, de 15 anos, que morreu vítima da dengue no ano passado. “Meu filho foi enterrado no dia do aniversário por essa fatalidade. Agora a vacina veio e eu estou fazendo campanha para que todos se vacinem para que não passem pela mesma dor que eu. Estou contente por Dourados ser a primeira cidade do Brasil a prestar esse serviço ao público”, disse.
Segundo a coordenadora da unidade de saúde, Rosália Ferreira dos Santos, a procura pela vacina contra a dengue tem sido surpreendente no primeiro dia. “A vacina chegou por volta das 8h30 da manhã e já tínhamos mais de 20 pessoas na espera, inclusive algumas acima de 60 anos, que, infelizmente, estão fora da faixa etária que é o foco desta ação", disse.
Ela explica que as doses disponíveis são exclusivamente para cidadãos de Dourados. “Quem já mora na cidade há algum tempo e ainda não tem seu cadastro atualizado no sistema de saúde, precisa apresentar comprovante de residência, além de apresentar o cartão SUS”, completa.
Vacinação contra a dengue no Brasil
O Ministério da Saúde decidiu incorporar a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 21 de dezembro.
Conhecida como Qdenga, a vacina não deve ser disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
A estratégia para utilização da quantitativo de vacinas será definida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) que também vão estipular o público alvo prioritário e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses. A definição dessas estratégias deve ocorrer neste mês.
Segundo o laboratório, a previsão é que sejam entregues cerca de seis milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses.