Ministro da Saúde diz que 'uso obrigatório de máscara não funciona'

Marcelo Queiroga deu entrevista à BandNews TV, na manhã desta terça-feira (7)

Da Redação, com BandNews TV

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deu uma entrevista à BandNews TV, na manhã desta terça-feira (7). Em conversa com os jornalistas Diego Sarza e Juliano Dip, o ministro voltou a afirmar ser contrário à obrigatoriedade da utilização de máscara como medida de precaução à Covid-19.

Segundo ele, o "uso obrigatório não funciona" e a população deve aderir ao equipamento de proteção de forma espontânea.  

"Se usarmos [máscara] da forma correta, é uma barreira contra o vírus. A sociedade brasileira confia no ministério da Saúde. A recomendação é: se você se sente seguro com máscara, continue usando, mas o governo não vai obrigar ninguém a utilizar."  

A fala do ministro se dá no momento em que os casos da Covid-19 aumentaram 78% nas últimas duas semanas, segundo levantamento da Band News TV. Em abril, o ministro já havia anunciado o fim do estado de emergência sanitária no Brasil causado pela pandemia.

Durante a entrevista ele também fez um balanço sobre o governo Bolsonaro, falou sobre a tragédia no Recife, os desafios da vacinação contra a Covid-19 e outras doenças no Brasil, entre outros assuntos.

Esquema vacinal em 2023

Perguntado sobre como o país tem se preparado para um esquema de vacinação para população em 2023, Queiroga disse que ainda não há respostas.  

"Não temos as respostas para todas essas questões. Pode ser um esquema parecido com o da vacinação contra a Influenza. Se for necessário vacinar a população como fizemos esse ano, teremos capacidade para isso. Não faltará vacinas, mas as decisões serão tomadas de forma técnica. Respeitamos a individualidade."

O ministro também afirmou que o país tem "uma das maiores campanhas de vacinação do mundo". Ele também comentou sobre o fim da emergência sanitária.  

"O fim da emergência não significa o fim do vírus. Nós vamos continuar convivendo com o coronavírus. No inverno precisamos ficar atentos também a outros vírus, como a influenza."  

Vacinação em crianças  

Em relação à vacinação para crianças de 5 a 12 anos, Queiroga afirmou que essa faixa etária já está incluída no programa de vacinação contra a Covid-19.  

“Crianças menores desta idade não temos ainda muita evidência científica, só especialistas. É possível que subgrupos que não foram incluídos no programa de vacinação podem acabar tomando em clínicas privadas.”

Varíola dos Macacos

Queiroga também falou que o ministério da Saúde está monitorando 7 casos de varíola dos macacos no Brasil. "Vamos fortalecer a capacidade do diagnóstico para essa doença".  

Segundo ele, o imunizante para a doença não é comum. "É uma vacina desenvolvida para esse vírus específico. O Brasil não tem nenhum caso confirmado, mas estamos nos preparando e monitoramos os casos."

Dengue no Brasil e foco na Covid-19

Segundo o ministro, Santa Catarina é o estado brasileiro que mais sofre com a pressão em relação à dengue, mas que o foco ainda é o combate ao coronavírus.  

"No nordeste houve uma melhora. Nós monitoramos a dengue também, mas no momento estamos focados no combate à Covid-19. Não apenas na dose de reforço, mas em quem está com a segunda dose atrasada".  

Chuvas no Recife

O ministro Queiroga falou também sobre as chuvas que atingiram Recife, em Pernambuco, deixando 127 mortos e mais de 9 mil desabrigados.  

"Uma situação de calamidade. A vida das pessoas fica prejudicada e até Unidades Básicas de Saúde foram destruídas pelas chuvas. Distribuímos kits e recursos básicas, como medicamentos."

Governo do Bolsonaro  

Em uma análise sobre o governo Bolsonaro, o ministro disse a gestão foi a que mais investiu na área da saúde.  

"Foi, sem dúvida, o que enfrentou a maior emergência de saúde que o mundo já viu.  Fortalecemos o sistema de vigilância e saúde. O governo de Bolsonaro foi um dos que mais fez pela saúde pública dos brasileiros."  

"A população vai escolher entre dois caminhos. Um que a população já sabe o que entregou e o outro com a mudança. Menos Brasília e mais Brasil. Sempre que o presidente precisar de mim, estarei à disposição", finalizou o ministro.