O câncer de pâncreas é uma doença que na maioria dos casos não apresenta sintomas específicos nas fases iniciais. Essa característica pode dificultar o diagnóstico precoce.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 11 mil casos deste tipo de tumor foram diagnosticados em 2023. Para se ter uma ideia, apesar de raro, responsável por apenas cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados, está relacionado a 5% do total de mortes causadas pela doença.
O risco de câncer de pâncreas aumenta com a idade. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Condições associadas ao comportamento, como obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, são relacionadas ao desenvolvimento da doença, esses fatores chamamos de modificáveis ou preveníveis; em cerca de 15% dos casos, existem condições genéticas ou hereditárias associadas, neste caso são fatores de risco não modificáveis.
À medida que o tumor progride no organismo podem surgir alguns sinais e sintomas que levantam suspeitas e indicam a necessidade de uma avaliação médica. Esses sintomas são relativamente comuns, a perda de peso inexplicável sem ter uma razão aparente pode ser um sinal de câncer de pâncreas, uma dor abdominal que se espalha pelo abdômen e chega até as costas também pode ser um sinal da doença.
Alteração na cor das fezes, tornando-se clara, ou sinais de urina escura podem indicar problemas no sistema biliar causados por um tumor no pâncreas. A presença do câncer pode levar à fraqueza geral e a fadiga que não melhora com o repouso. Também pode haver alteração no apetite e na digestão, incluindo a perda de apetite (anorexia), e até a dificuldade de digerir alimentos, com empachamento.
É fundamental destacar que esses sinais e sintomas podem estar relacionados a diversas outras condições médicas, não se limitando apenas ao câncer de pâncreas. Se você estiver apresentando esses sintomas, especialmente se persistirem por um período prolongado ou forem graves, é imprescindível buscar atendimento médico para uma avaliação completa e um diagnóstico adequado.
Pedro Uson é oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein e no HCOR, e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer